"A negação da ciência é um dos gravíssimos problemas que temos", sustentou o antigo candidato presidencial em declarações à agência Lusa, acrescentando: "Podemos ter as opiniões que quisermos, podemos discordar de tudo, é bom que discordemos, mas tem de haver uma base de conversa. Quando perdemos essa base, tudo o resto desaparece e parece que ficamos sem referências. É uma espécie de jogo de vale tudo e entramos numa dissolução das sociedades".
O ex-reitor da Universidade de Lisboa alertou, contudo, que legislar sobre este tipo de questões pode levar a algum tipo de "censura" e cabe às universidades afirmar os factos científicos com "mais força e credibilidade".
"As regulações governamentais ou de outras entidades são muito difíceis. Estamos a entrar num campo que nos levaria a dinâmicas de censura. O único combate que temos é afirmar com mais força e credibilidade outras coisas. Esse é um combate das universidades", disse Nóvoa, indicando que gostaria que os jornalistas tivessem também um papel mais relevante e não cedessem "à facilidade, ao título fácil, ao pequeno escândalo".
Nas eleições europeias e legislativas que se avizinham, e depois de já terem sido identificadas redes de produção e disseminação de informações falsificadas nas redes sociais em Portugal, o embaixador antecipou "um combate difícil".
Um combate contra "um conjunto de pessoas que nós nem sabemos quem são e que tomam conta das nossas convicções e influenciam as coisas", concluiu.
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