MA preocupação foi partilhada à Agência Lusa por José Luís Lopes, presidente da Associação Nacional dos Produtores de Milho e Sorgo (ANPROMIS), apontando que tal poderá “condicionar as culturas” deste ano.
“Existe um constrangimento pontual com falta de água, que não é tão problemático no norte do país, mas faz-se mais sentir a sul do Tejo. Essas limitações podem vir a influenciar negativamente a próxima campanha da produção de milho, assim como outras culturas de regadio”, disse o dirigente.
O líder da ANPROMIS admitiu que, em “termos de preços, os produtores não estão a passar uma fase favorável”, lembrando que “a cultura de milho, pela área que tem, dificilmente é substituível por outras culturas de regadio”.
O setor, que, segundo José Luís Lopes, movimenta por ano, em Portugal, mais de 40 milhões de euros, englobando milhares de produtores e prestadores de serviços indiretos, vai estar em análise esta quarta-feira, na cidade nortenha da Póvoa de Varzim, no 9.º Colóquio Nacional do Milho.
A iniciativa, organizada pela ANPROMIS, vai reunir vários especialistas nacionais e internacionais do setor para um debate alargado sobre a situação atual da produção de milho e as perspetivas futuras do mercado, debruçando-se, ainda, sobre a ligação com o setor do leite.
“A produção de milho não é só grão, tem, também, a vertente da forragem, para a silagem, que é bastante utilizada pelo setor do leite na alimentação dos animais. Consideramos pertinente, seguindo a nossa estratégia de descentralizar os colóquios, fazermos esta edição numa região com uma forte vocação na produção do leite”, apontou o líder da associação.
Questionado se instabilidade no setor leiteiro, sobretudo após o final das quotas de produção, tem criado ondas de choque também para os produtores de milho, José Luís Simões, confessou que “a procura não tem diminuído”.
“Uma significativa base da alimentação das vacas leiteiras é a silagem de milho, que não é facilmente substituível, e, por isso, a procura não tem diminuído. É algo importante, porque uma área significativa da produção de milho no país vai para foragem”, apontou o presidente da associação.
Neste colóquio que a associação vai promover na Póvoa de Varzim, que se inicia quarta-feira e se prolonga para o dia seguinte, será, ainda, dado a conhecer o resultado de estudo encomendado pelo Ministério da Agricultura sobre “A estratégia para produção de cereais”.
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