A população queixa-se de que a falta de gasolina, além de dificultar o transporte de passageiros – que por si já é bastante deficiente no país devido à quantidade de veículos paralisados por falta de peças – está também a complicar o abastecimento de legumes e vegetais.
“O país está (praticamente) ‘paralisado’. Viajar em transporte público é uma odisseia e a escassez de combustível agravará a situação porque afeta até a distribuição de alimentos do campo para a cidade”, explicou uma das manifestantes aos jornalistas na bomba de combustível de La Bandera (sudeste da capital).
Segundo Neyra Arrias, em várias partes de Caracas há problemas de água, de luz, de transporte e a falta de gasolina, o que “pode levar o país a uma crise com níveis nunca antes vistos”.
Por outro lado, denunciou que já “há bairros venezuelanos onde não chegam os alimentos, devido ao problema de transporte, nem sequer as caixas CLAP”, com alimentos subsidiados distribuídos pelo Governo.
Na mesma bomba, outro manifestante, Carlos Julio Rojas, questiona como é possível que um país, que há alguns anos era dos maiores produtores de petróleo do mundo, hoje importe gasolina.
“Há duas semanas que não há gasolina em La Bandera, há trabalhadores que inclusive dormem aqui” à espera “que algum dia chegue o camião que abasteça o setor”, disse.
Segundo este manifestante, “as hortaliças estão a apodrecer nos campos porque não podem ser transportadas para a cidade e a pouca comida que chega a Caracas está a preços estratosféricos”.
“Os preços finais ao consumidor têm também incluído os custos que devem pagar os produtores, nalguns casos em dólares, para conseguir combustível para transportar as hortaliças para Caracas”, defendeu.
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