Um estudo publicado em 2016 pela revista médica britânica The Lancet estabeleceu que mais de 800.000 mortes de crianças e 20.000 casos de cancro de mama poderiam ter sido evitados todos os anos, se um número maior de bebés fosse amamentado por mais tempo.

Segundo o relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e da Rede Internacional de Ação sobre a Alimentação Infantil (IBFAN), a ausência de leis na maioria dos países para lutar contra a publicidade a favor dos leites de substituição compromete os esforços pelo aleitamento. "Ainda há muitos sítios onde as mães são inundadas com informações equivocadas e tendenciosas através da publicidade e com informações infundadas sobre saúde", condenou o chefe do Departamento da OMS "Nutrição para a Saúde e o Desenvolvimento", Francesco Branca. Essas informações erradas podem "minar a confiança dos pais em relação ao aleitamento, tendo como consequência que muitas crianças não beneficiam das suas inúmeras vantagens", de acordo com a nota divulgada.

A OMS e a Unicef recomendam o aleitamento exclusivo durante os seis primeiros meses, mas apenas uma criança em três é alimentada exclusivamente com leite materno nesse período, um índice que não melhorou no intervalo de duas décadas, devido à pressão exercida pela indústria. A indústria dos leites de substituição regista vendas de quase US$ 45 mil milhões por ano, um número que deve atingir US$ 70 mil milhões até 2019.

O relatório publicado hoje destaca que 135 dos 194 países investigados adotaram medidas inspiradas nas recomendações da OMS em 1981. Apenas 39 países aplicam todas as recomendações, entre elas a proibição de qualquer forma de publicidade e de distribuição de amostras de leites de substituição; a proibição de marcas que reivindicam benefícios em matéria de saúde; assim como a obrigação, por parte dos fabricantes, de informar os consumidores sobre a superioridade do leite materno. 

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