“Há seis anos abrimos o IC9, a via rápida mais relevante para este concelho e que estava previsto que ficasse ligada à autoestrada 1, aqui bem perto de Fátima”, afirmou Paulo Fonseca, referindo que “o Governo de então, por razão da crise” que se atravessava, decidiu “mandar cortar essa ligação”.
O autarca discursava na cerimónia de assinatura do acordo de colaboração entre o Turismo de Portugal, o Centro Nacional de Cultura e a Associação Caminhos de Fátima, na presença dos secretários de Estado do Turismo e das Infraestruturas, Ana Mendes Godinho e Guilherme Oliveira Martins, respetivamenteque, e que decorreu hoje em Fátima, no distrito de Santarém, que o Papa visita nos dias 12 e 13.
Na cerimónia foram assinados dois acordos de gestão entre as Infraestruturas de Portugal e as câmaras da Mealhada e de Leiria para o reforço da segurança rodoviária para os peregrinos de Fátima em três vias.
Considerando ser “absolutamente fundamental” retomar o projeto de ligação do IC9 à autoestrada 1 em Fátima, Paulo Fonseca sublinhou que “a verba estava cabimentada na altura” e o projeto “feito e aprovado”.
“Conto consigo, conto com o Governo”, acrescentou o autarca, dirigindo-se a Guilherme Oliveira Martins.
O secretário de Estado das Infraestruturas nada disse sobre esta matéria e destacou o contributo das Infraestruturas de Portugal “para poder ajudar” no projeto dos Caminhos de Fátima.
“Há dois aspetos muito importantes” na concretização dos Caminhos de Fátima, adiantou Guilherme Oliveira Martins, apontando “a segurança na circulação pedonal e a qualificação patrimonial”, que é não só importante para o turismo religioso, “como também para as gerações futuras”.
Para o governante, o projeto dos Caminhos de Fátima “é construído para o presente, com certeza, mas tem uma visão de futuro intergeracional”.
Guilherme Oliveira Martins adiantou que “há um empenho por parte do Governo materializado através destes acordos de gestão” que serão concretizados com outros municípios, acrescentando que a Infraestruturas de Portugal “está empenhada em criar as condições” de sinalização e das condições de circulação pedonal, mas também “de apoio logístico através de ações de divulgação de caminhos alternativos”.
Em 2012, a Câmara de Ourém exigiu ao Governo que contemplasse uma ligação direta entre o IC9 e a A1 na zona de Fátima.
“O IC9 sem uma ligação direta à A1 e que permita um rápido acesso a Leiria, por exemplo, não serve para nada. Por outro lado, obrigaria a despejar todo o trânsito do IC9 numa estrada municipal, o que é impossível de funcionar”, referiu na ocasião Paulo Fonseca.
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