Num ofício enviado ao ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, e à administração da Transtejo, a FECTRANS e a USS assumem uma posição conjunta quanto à suspensão das obras no terminal do Seixal, que estão previstas começar na próxima segunda-feira, indicando que “os trabalhadores e utentes foram surpreendidos com o anúncio desta obra, que implica o encerramento do terminal”.
Além disso, não houve “informação aos trabalhadores abrangidos, nomeadamente como vai ser a organização do trabalho nos próximos tempos, colocando também os utentes com a opção, de um dia para outro, de passarem a ter mais tempo de percurso nas suas viagens diárias”, avançaram as duas organizações de sindicatos.
Sem colocarem em causa a necessidade da intervenção no terminal do Seixal, a FECTRANS e a USS afirmam que uma obra destas “não é certamente decidida de um dia para o outro”, considerando que “o anúncio em cima da data prevista denota que, no planeamento da mesma, não foi tida em conta a componente dos trabalhadores e dos utentes”.
Neste sentido, os sindicatos defendem que a falta de anúncio prévio da realização da obra pode ser interpretada como “intenção de colocar trabalhadores e utentes perante um facto consumado”, pelo que reclamam a suspensão da intervenção.
Na quinta-feira, a Transtejo informou que a ligação fluvial entre o Seixal e Lisboa será suspensa a partir de segunda-feira, por 45 dias, devido a obras de melhoramento, mas será assegurado transporte rodoviário até ao terminal de Almada.
"A partir de segunda-feira, 26 de outubro, o transporte fluvial de passageiros do Seixal-Cais do Sodré-Seixal, é alterado por necessidade de intervenção marítima no Terminal Fluvial do Seixal", no distrito de Setúbal, anunciou a empresa, em comunicado.
Após o anúncio da Transtejo, a Câmara do Seixal contestou a "ausência de comunicação prévia" do encerramento para obras do terminal fluvial do concelho, bem como a falta de "articulação com a autarquia" para minimizar o impacto nos utentes.
Segundo a administração da Transtejo, a obra no terminal do Seixal abrange uma área total de 450 metros quadrados que "não é compatível com a operação fluvial, pelo que a empresa é forçada a suspender a atracação", por um período estimado de 45 dias.
No entanto, a empresa frisou que a oferta de transporte de e para Lisboa vai continuar a ser garantida através de um "serviço especial de transporte em autocarro" entre o terminal do Seixal e o de Cacilhas, em Almada, no distrito de Setúbal, pelo que o título de transporte da ligação do Seixal passa a estar válido na ligação rodoviária e em todos os terminais fluviais da Transtejo (Almada e Montijo) e da Soflusa (Barreiro).
"Esta alteração visa minimizar o impacto da obra no dia-a-dia dos cerca de 2.400 passageiros que, atualmente, usam diariamente a ligação fluvial Seixal - Cais do Sodré, a bordo dos catamarãs Transtejo e Soflusa", referiu.
De acordo com a administração, trata-se de um investimento de 425 mil euros, que inclui a dragagem, colocação de novas estacas e a substituição do pontão de embarque e desembarque para "garantir a continuidade e melhoria de prestação do serviço público de transporte fluvial de passageiros".
A Transtejo assegura as ligações fluviais entre o Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão, no distrito de Setúbal, e Lisboa, enquanto a Soflusa é responsável por ligar o Barreiro à capital.
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