“Estamos a falar de empresas que têm salários muito baixos, à volta dos 605 euros. Nós aquilo que temos colocado é, no mínimo, 650 euros ou não haverá qualquer acordo. Andou-se um pouco à volta disto, mas não tivemos acordo”, afirmou no final da reunião o coordenador nacional da FECTRANS, José Manuel Oliveira.
De acordo com aquele dirigente, a administração do grupo Transdev apresentou uma proposta de aumentos salariais faseada, 635 euros em julho deste ano e 650 euros em 2020.
Considerando insuficiente os valores propostos, a Fectrans apresentou uma contraproposta, tendo defendido um aumento salarial imediato de 640 euros e de 660 euros a partir de janeiro de 2020. Proposta esta que irá agora ser analisada pelas administrações das duas empresas do grupo Transdev.
“É com base nisto que a discussão está a ser feita”, sublinhou o coordenador nacional da Fectrans que revelou que estão já marcadas mais duas reuniões, uma no dia 20 em Coimbra e outra no dia 02 de abril em Braga.
“Esperamos que possa haver evoluções em prol de um entendimento”, declarou.
Em causa, diz José Manuel Oliveira, estão trabalhadores cujos salários rondam os 600 euros.
“Há muito tempo que já não há negociação. Tem havido aumentos por atos de gestão das empresas, mas sempre abaixo daquilo que é a inflação. E houve alguns trabalhadores que tiveram aumentos, mas em virtude do aumento do salário mínimo”, salientou.
Segundo aquele dirigente, em causa estarão cerca de 250 das Rodoviária Entre D'Ouro e Minho (REDM) e da Beira Litoral (RBL), sendo que parte são oriundos da ex-rodoviária nacional, “que tem condições de trabalho próprias herdadas dessa realidade”.
Há ainda, refere José Manuel Oliveira, um conjunto de trabalhadores a quem já se aplica o contrato coletivo de trabalho, um processo que está também em negociação.
Na reunião participaram ainda o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal e o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos do Norte, o STRUN.
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