Uma delegação de cerca de duas dezenas de sindicalistas, com o secretário geral da Fenprof, Mário Nogueira, à cabeça, esperava hoje Tiago Brandão Rodrigues à chegada ao que consideraram uma "iniciativa de propaganda" feita de forma pouco transparente numa escola e jardim de infância na Amadora, distrito de Lisboa, sobre segurança rodoviária.
Em declarações aos jornalistas, Mário Nogueira afirmou que "as ultrapassagens estão a inquinar" a vida das escolas, com "56 mil professores ultrapassados na sua carreira por colegas com menor antiguidade".
Questionado pelos jornalistas no interior da EB1/JI/Creche Aprígio Gomes, Tiago Brandão Rodrigues afirmou que a presença dos sindicalistas em protesto é como "o trânsito do dia a dia".
"Tem que se respeitar e conhecer os limites, conhecendo os limites uns dos outros", afirmou.
Sobre a discussão na Assembleia da República do decreto do Governo que conta o tempo de carreira dos professores mas não lhes devolve os mais de nove anos que exigem, o ministro afirmou que está nas mãos do "livre arbítrio dos grupos parlamentares em articulação com as organizações sindicais".
Mário Nogueira criticou o decreto, que "rouba seis anos e meio" ao tempo em que as carreiras estiveram congeladas e "permite que professores passem à frente uns dos outros".
O dirigente da Fenprof afirmou que vão continuar a enfrentar Brandão Rodrigues "até haver um ministro para a Educação, portanto vai ser até ao fim do mandato".
Afirmou que "iniciativas de propaganda" como a de hoje são divulgadas entre o corpo docente só na véspera de acontecerem, mas entretanto, os professores encarregados das "pecinhas e das canções para o senhor ministro ouvir" têm que as preparar e assinar um "termo de responsabilidade" em que se comprometem a não falar delas antes de serem anunciadas.
Tiago Brandão Rodrigues ouviu algumas palavras de ordem dos sindicalistas, que gritavam "um ministro da Educação é que era a solução" e "quem não sabe respeitar não merece governar", mas só se cruzou com o grupo quando passou de carro.
"Falei com os professores que estavam aqui dentro. Com as organizações sindicais, falo no sítio certo, aliás, temos falado muitas vezes", disse o ministro antes de sair da Aprígio Gomes.
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