“Se o Governo avançar com um valor simbólico, ridículo, e só para os salários mais baixos, seguramente que um dia de greve será pouco, porque já estamos fartos de andar a perder”, disse José Abraão em declarações à Lusa, acrescentando que o aumento “tem de ser para todos”.
O líder da FESAP reagia assim a declarações do líder parlamentar do PS, Carlos César que, na semana passada, admitiu a possibilidade de haver no próximo ano “um aumento da remuneração base, pelo menos até a um determinado nível salarial".
O tema está a ser negociado entre o Governo e os parceiros da maioria parlamentar – BE, PCP e PEV -, no âmbito do próximo Orçamento do Estado (OE2019) e há vários cenários em cima da mesa. Segundo afirmou o ministro das Finanças, Mário Centeno, na sexta-feira, no final da Concertação Social, nada está por enquanto fechado.
Para José Abraão, a discussão deve fazer-se “no Ministério das Finanças, com os sindicatos” e não no parlamento, acusando a líder do BE, Catarina Martins, de estar a “condicionar” a negociação ao ter defendido, no domingo, em entrevista à TSF/DN um aumento fixo, beneficiando os salários mais baixos.
A próxima ronda negocial entre o Ministério das Finanças e as três estruturas sindicais da administração pública – FESAP, Sindicato dos Quadros Técnicos (STE) e Frente Comum – está marcada para quinta-feira à tarde.
A proposta do Governo sobre o OE2019 tem de ser entregue no parlamento até dia 15.
Comentários