NOS Alive

Em declarações à RTP3, Álvaro Covões, promotor do festival NOS Alive e vice-presidente da Associação de Promotores de Espetáculos, Festivais e Eventos (APEFE), disse não estar surpreendido com a decisão.

"Não ficamos muito surpreendidos porque se olharmos para o que se tem passado em vários países europeus, tínhamos uma expectativa negativa que o mesmo pudesse acontecer para nós".

Sobre as consequências económicas, o promotor refere que o "impacto vai ser devastador" em áreas como a restauração, empresas de audiovisuais ou o turismo local.

"Temos de trabalhar no regresso aos palcos, mas em segurança. Estamos neste momento a trabalhar num manual de boas práticas para apresentar ao Governo", acrescentou, lembrado que este será o primeiro verão em 25 anos em que não há um festival em Portugal.

MEO Marés Vivas

“Após as conversas e reuniões tidas com o Governo fomos entendendo que este era um assunto sem volta para 2020. Assim, em consequência dessa tomada de decisão", informa a organização em comunicado citado pelo Jornal de Notícias, acrescentando que se trata de uma "decisão que nunca esperávamos, a decisão que nos desliga de meses e meses de trabalho".

"Perante a pandemia covid-19 temos como dever e obrigação ser conscientes e responsáveis, contribuindo para a salvaguarda da Saúde Pública", esclareceu ainda o festival que se que se realiza anualmente em Gaia e voltará a 16, 17 e 18 de julho de 2021.

Vodafone Paredes de Coura

À Blitz, o diretor do Vodafone Paredes de Coura assume já estar a trabalhar num plano B: "Como pessoas responsáveis e sérias que somos, estamos a preparar um plano B e acredito piamente que grande parte dos artistas que viriam este ano virão em 2021. Ainda não falámos com todos os artistas, mas muitos vão poder estar".

Segundo aquele responsável, o plano B para a realização do festival tem vindo a ser falado ao longo destes dois meses, que começam a parecer "10 anos".

"Queremos fazer algo por Paredes de Coura. Eu gostaria, se o Governo e as autoridades de saúde o permitirem, de fazer algo no inverno. Se for possível, porque nem pensar pôr em risco alguém", adiantou à Lusa.

O objetivo, explicou João Carvalho, é comemorar o festival, mas também ajudar o comércio, os artistas e todas as estruturas que dependem financeiramente do festival. De acordo com aquele responsável, há dezenas de trabalhadores e empresas que dependem dos grandes festivais cuja realização está proibida.

O festival na vila minhota com o mesmo nome aconteceria de 19 a 22 de agosto. João Carvalho diz que a 28ª edição do Vodafone Paredes de Coura realiza-se nas mesmas datas, no próximo ano. "Não estamos a cancelar, mas sim a adiar", explica.

NOS Primaver Sound

Também José Barreiro, diretor da Pic-Nic, que organiza o NOS Primavera Sound, falou à revista de música. "Pelo menos já temos uma baliza [temporal]", disse, referindo-se ao prazo da proibição . "Até aqui estávamos a navegar à vista. Ainda bem que incluíram setembro", diz ainda, "ou acabava agosto e tínhamos os festivais todos. Até dezembro não vamos ter nada em grande escala", acrescentou.

O NOS Primavera Sound, festival que acontece no parque da cidade do Porto, estava inicialmente previsto para junho deste ano. Depois da declaração do estado de emergência, a organização anunciou o seu adiamento para setembro. Cancelado, promete voltar em junho de 2021 com uma edição "semelhante à de 2020 ou até melhor".

Quanto ao impacto que o cancelamento da edição deste ano pode ter na promotora Pic Nic, à Lusa garantiu: “Vamos tentar sobreviver”. “No fundo estamos impossibilitados de trabalhar e temos uma estrutura que já não é propriamente pequena”, afirmou José Barreiro, salientando que o que “mais” o preocupa, “neste momento, é toda aquela gente que trabalha nos festivais”.

No Primavera Sound do Porto trabalham “cerca de duas mil pessoas, segurança incluída”. “Quero destacar, acima de tudo, essas pessoas. As formiguinhas sem nome, como eu costumo chamar, que estão a passar uma situação muito delicada neste momento”, afirmou.

Super Bock Super Rock

"O Meco continuará sempre à vossa espera, teremos mais memórias para sempre. Mantenham-se positivos, fortes e em segurança. Daremos novas informações muito em breve", lê-se no texto que acompanha o comunicado/imagem do Super Bock Super Rock.

MEO Sudoeste

À semelhança do Super Bock Super Rock, o MEO Sudoeste partilhou uma imagem com o comunicado do festival. avança O festival diz que vai "aguardar a decisão definitiva da Assembleia da República para comunicar as medidas resultantes dessa decisão".

RFM Somnii

"Com esta determinação, os promotores passaram a ter a legitimidade e a segurança jurídica necessária para tomarem decisões. Da nossa parte, cumpriremos escrupulosamente a legislação em vigor. A nossa decisão está tomada em consciência", refere o comunicado da MOT, empresa do grupo Braver, promotora do Somnii.

"A segurança e a saúde do nosso público, das nossas equipas e dos nossos artistas estão e estarão sempre em primeiro lugar", acrescenta a nota.

O deveria realizar-se entre 10 e 12 de julho, na praia do Relógio, na Figueira da Foz.

EDP Vilar de Mouros

"Sabendo que esta decisão é tomada no interesse maior da saúde pública, estamos neste momento a trabalhar em todas as vertentes que envolvem o Festival, de forma que possamos com a maior brevidade comunicar ao nosso público todas as informações derivadas do impacto que esta decisão, escreveu o EDP Vilar de Mouros na sua conta de Instagram.

À Lusa, Diogo Marques, da organização do festival, adiantou que esta decisão do Governo era a única solução possível em face das normas de higienização e segurança impostas pelas autoridades de saúde para travar o contágio por covid-19.

"Consideramos que a única solução seria esta, não víamos outra. Nós também não queremos ser agentes contaminadores. Seria um risco muito grande. Agora esperamos também que, quando for legislado, que o Governo também pense um pouco em nós em termos financeiros e crie algumas medidas de apoio", afirmou Diogo.

O festival que se realizada na vila com o mesmo nome aconteceria de 27 a 29 agosto.

Neopop

Em comunicado, a organização, que já no ano passado assumiu como lema "Keeping Techno Safe", refere que "a prioridade é proteger a sua audiência e garantir que em 2021 o festival regresse mais forte do que nunca, com uma edição que se espera histórica".

De acordo com a organização, os portadores de bilhetes para a edição de 2020, assim como os respetivos pacotes de alojamento, estão são automaticamente válidos para a edição de 2021, sem necessidade de qualquer procedimento extra.

Festival Forte

Ilídio Chaves mostrou-se "confiante" que, para 2021, já haja condições para o festival se realizar, mas teme pelas dificuldades financeiras acrescidas da edição deste ano não decorrer.

"Isto será extremamente difícil. Fomos sempre um festival com dificuldades financeiras e estarmos este ano sem festival vai ser muito complicado", disse, referindo que a equipa está já a tentar encontrar "formas de viabilizar a próxima edição", disse à Lusa o promotor do festival.

MUSA Cascais

"Todas as dificuldades e desafios que nos deparámos ao longo destes anos foram sempre ultrapassadas. Agora um ser invisível surgiu e por mais que queiramos não conseguimos ultrapassar este obstáculo - acima de tudo porque nunca iremos querer colocar a saúde de alguém em perigo, nem que seja apenas de uma pessoa Uma vida vale mais que tudo", refere a organização do festival em comunicado enviado ao SAPO24.

"É um momento que nos exige responsabilidade, bom senso e coragem. Gostamos demasiado desta família para vos colocar a vocês e aos vossos em perigo", acrescenta o MUSA Cascais que não se realizará pela primeira vez "em 22 anos de existência".

Festivais proibidos em Portugal até 30 de setembro

A realização de festivais de música está proibida em Portugal até 30 de setembro, anunciou hoje o Governo, após reunião do Conselho de Ministros.

A redação do comunicado do Conselho de Ministros foi alterada, referindo-se agora a proibição à realização de “festivais e espetáculos de natureza análoga”, e não apenas a “festivais de música” como inicialmente.

No âmbito cultural e artístico, "impõe-se a proibição de realização de festivais e espetáculos de natureza análoga, até 30 de setembro de 2020, e a adoção de um regime de caráter excecional dirigido aos festivais e espetáculos de natureza análoga que não se possam realizar no lugar, dia ou hora agendados, em virtude da pandemia”, lê-se agora no comunicado do Conselho de Ministro, “atualizado às 17:25”.

Na primeira redação do comunicado, divulgada pelas 15:30 de hoje, a “proibição de realização” era referente apenas a “festivais de música”.

O parágrafo seguinte, referente ao mesmo assunto, mantém-se inalterado: “Para o caso de espetáculos cuja data de realização tenha lugar entre o período de 28 de fevereiro de 2020 e 30 de setembro de 2020, e que não sejam realizados por facto imputável ao surto da pandemia da doença Covid-19, prevê-se a emissão de um vale de igual valor ao preço do bilhete de ingresso pago, garantindo-se os direitos dos consumidores”.

As duas decisões, que serão ainda submetidas à apreciação da Assembleia da República, incluem-se nas “medidas excecionais e temporárias de resposta à pandemia da doença COVID-19 no âmbito cultural e artístico”.

Na versão anterior do comunicado, este parágrafo terminava com “em especial quanto aos festivais de música”.