“É fabuloso sentir que o público está ansioso por atividades culturais. Mas, por outro lado, a surpresa com a corrida aos bilhetes é comedida, porque a lotação do recinto foi reduzida por indicação da Direção Geral da Saúde – de quase 400 para perto de 100 lugares”, afirmou à agência Lusa o diretor do festival, Eduardo Jordão.
Nesta quarta edição, o programa foi praticamente todo concentrado na música e nas Capelas Imperfeitas.
Por lá vão atuar os grupos Moçoilas, Remexido, oVo Mau, a dupla Labaq e Yosune e o fadista Telmo Pires na sexta-feira, e Não Simão, Benjamim, JP Simões e Dulce Pontes no sábado.
A par dos concertos, também as visitas guiadas às gárgulas do Mosteiro da Batalha e à exposição “Almada Negreiros e o Mosteiro da Batalha – Quinze pinturas primitivas num retábulo imaginado” também estão esgotadas.
Filipe Sambado, com espetáculo anunciado para sábado, cancelou a atuação por estar em quarentena, anunciou a organização.
“É uma situação que, agora, na situação em que vivemos, faz parte do jogo, pode acontecer a qualquer hora, e temos de aprender a viver com isso”, explica o programador, lamentando a ausência do músico que “liga muito a tradição à contemporaneidade”, afinal a “pedra de toque” do Artes à Vila.
A aposta do festival tem sido “estender uma visão da música portuguesa, com uma viagem da raiz tradicional aos artistas mais contemporâneos, em simbiose com o património”.
Artes à Vila foi dos poucos festivais que resistiu em 2020, acontecendo ao vivo com transmissão “em formato televisivo de alta qualidade”.
“Este ano sentimos que tínhamos de manter esse registo de ‘livestreaming’ e sentimos que é um elemento que vai ficar para o futuro do festival”, estando certa a transmissão do segundo dia de concertos em direto no ‘site’ e redes sociais do evento, como também através do RTP Palco.
Mas, nota Eduardo Jordão, “é fundamental ter público nas salas”, não só porque “a cultura é segura”, como “porque os artistas tocam para o público”.
“É muito importante para que os artistas sintam entusiasmo acrescido”, frisa Eduardo Jordão, que acredita ser este “o ano de consolidação do festival”, depois da evolução nas edições anteriores, em que Artes à Vila foi distinguido nos “Iberian Festival Awards” como “Melhor novo festival em Portugal” (2018/19) e “Melhor festival de pequena dimensão” (2019/20).
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