A proteção civil do país reconheceu que as equipas de resgate enviadas na sexta-feira para o sul do país, inundado por enchentes, cometeram erros na contagem, o que levou a que algumas mortes fossem registadas duas vezes. Nesse sentido, tinham sido contabilizadas 72 mortes, 33 feridos e 14 desaparecidos.
“Quando juntamos os balanços […], percebemos que havia 40 mortos, 31 feridos e 15 desaparecidos”, disse à agência noticiosa France-Presse (AFP), Naguib Sinarimbo, porta-voz e chefe da polícia em Manila.
Cinco outras pessoas morreram noutras partes do país, disse o diretor nacional dos serviços de proteção e defesa civis, elevando a nova contagem para 45 mortos.
O Presidente filipino, Ferdinand Marcos Júnior, criticou hoje os serviços de proteção civil e as autoridades locais numa reunião por videoconferência sobre o elevado número de vítimas em Mindanau.
“Será importante olharmos para trás e ver como isto foi possível acontecer. Porque é que não conseguimos retirar as pessoas? Porque é que o número de vítimas mortais é tão elevado?”, questionou o Presidente filipino.
Em Leyte, uma ilha no centro das Filipinas, as equipes de resgate usaram um frigorífico como barco improvisado para resgatar crianças presas pelas ondas, factos comprovados por fotografias publicadas pela guarda costeira filipina.
A tempestade tropical “Nalgae”, esperada desde quinta-feira, atingiu finalmente a principal ilha das Filipinas, Luzon, na madrugada de sábado, acompanhada de ventos que chegaram aos 95 quilómetros por hora, cerca de 60 minutos depois de atingir a ilha escassamente habitada de Catanduanes.
As equipas de resgate estão agora a concentrar os esforços na vila de Kusiong, onde dezenas de corpos foram encontrados na sexta-feira.
As fortes chuvas começaram na noite de quinta-feira na região. As enchentes invadiram várias cidades e vilas na ilha de Mindanau, derrubando árvores e arrastando pedras e lama pelo caminho, tendo destruído cerca de meio milhar de residências.
Mas a “Nalgae” também pode atingir a capital Manila, alertou o Serviço Meteorológico das Filipinas (SMF).
“Inundações generalizadas e deslizamentos de terra causados pela chuva” são esperados na capital de 13 milhões de pessoas, refere-se no boletim, em que se salienta que há um “risco mínimo a moderado de tempestade” ou ondas enormes que vão atingir as zonas costeiras.
“Com base nas nossas projeções, esta tempestade é muito forte e estamos a preparar-nos para isso”, disse um porta-voz do SMF, acrescentando que 5.000 equipas de socorristas estão prontas para intervir.
O porta-voz pediu aos moradores que vivam dentro ou perto do caminho que a tempestade está a seguir para permanecerem em casa.
A tempestade começou no início de um fim de semana prolongado, em que milhões de pessoas, ao celebrarem o ferido do Dia dos Finados, a 01 de novembro, estão a deslocar-se às respetivas terras natais para prestar homenagem aos familiares falecidos.
No entanto, a guarda costeira suspendeu os serviços de transporte marítimo em grande parte do arquipélago, privando a deslocação interilhas de dezenas de milhar de pessoas. Por outro lado, 100 voos foram suspensos, segundo os Serviços da Aviação Civil locais.
Mais de 7.000 pessoas foram retiradas antes da tempestade, de acordo com os SPC.
Anualmente, as Filipinas são atingidas por uma media de 20 tufões e tempestades, matando pessoas e gado e devastando fazendas, casas, estradas e pontes, embora o sul raramente seja afetado.
À medida que o planeta é afetado pelo aquecimento global, tempestades e tufões estão a tornar-se mais poderosos, alertam os cientistas.
No final de setembro, o tufão Noru matou pelo menos 10 pessoas nas Filipinas, incluindo cinco socorristas. A tempestade tropical Megi, que atingiu o país em abril, matou pelo menos 148 pessoas e causou grandes deslizamentos de terra.
(Notícia atualizada às 10h41)
Comentários