"A nossa ideia é que a partir de segunda-feira o sistema esteja a funcionar", disse hoje aos jornalistas o comandante da Polícia Municipal do Porto, ladeado pelo presidente da câmara, Rui Moreira, na apresentação do projeto "Participa na Segurança Rodoviária".
Em causa está a fiscalização automática do estacionamento anunciada na segunda-feira por Rui Moreira, tendo Leitão da Silva esclarecido hoje que, para já, apesar de a fiscalização estar "em vigor", ainda estava "em ambiente de teste".
"Neste momento, quer pelo [controlo de] velocidade quer pelas câmaras de fiscalização automática, estamos em condições de entrar em ambiente, se assim quisermos dizer, de produção", esclareceu o responsável da polícia municipal.
Questionado se o novo sistema, que consiste em câmaras ligadas nas viaturas da Polícia Municipal para controlar o estacionamento abusivo através do registo de matrículas, é uma 'caça à multa', Leitão da Silva rejeitou.
"O que é expectável é que, numa sociedade normal, nós vamos ter um pico de fiscalização, e depois vamos ter um decréscimo de fiscalização, porque há menos infrações", partilhou, esperando ainda que a "a simples passagem de um carro patrulha, que pode até nem estar a fiscalizar, que tem as câmaras direcionadas, possa ser o elemento de dissuasão".
Para o responsável, a iniciativa pretende atacar dois eixos distintos de ação: o estacionamento em segunda fila, "que é, definitivamente, aquilo que mais prejudica o trânsito na cidade do Porto", e o estacionamento abusivo especialmente em zonas de residentes.
António Leitão da Silva vincou que muitas vezes há "ruas estruturantes na cidade do Porto, que devido a um estacionamento irregular, e às vezes absolutamente impensado de alguns condutores, não permitem, por exemplo, passar uma ambulância para ir a casa de uma pessoa, um carro de bombeiros chegar a casa de uma pessoa".
"Isso é um comportamento não só inadequado, como inadmissível numa sociedade democrática", classificou.
Face à eventual surpresa de se receber uma multa em casa, o comandante da polícia municipal considerou que "essa surpresa deve começar quando as pessoas estacionam mal o carro".
"Ou seja, quando eu estaciono mal o carro, essa surpresa deixa de ser surpresa porque fui eu que me pus nessa circunstância", vincou.
Em adição ao sistema da polícia municipal, a 03 de fevereiro também a Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) vai poder fiscalizar o estacionamento indevido nas faixas BUS e junto a paragens de autocarro, disse também Leitão da Silva aos jornalistas.
A Câmara do Porto adquiriu ainda radares móveis, que começaram a funcionar em 2024, e este ano conta com a receção de 24 novos veículos para ajudar à fiscalização.
O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, frisou que nos últimos 10 anos a autarquia investiu "mais de meio milhão de euros na fiscalização do trânsito na cidade".
Para aumentar a fiscalização, a autarquia espera a admissão de 31 novos agentes, passando a polícia municipal a "contar com mais de 50 agentes especializados na fiscalização de trânsito".
Rui Moreira disse também que a autarquia está a estudar "a instalação de radares fixos de controlo do excesso de velocidade", cujo objetivo é "reduzir a sinistralidade".
"Qualquer um de nós que circula pela cidade sabe que vemos carros a velocidades absolutamente impróprias, e portanto temos que acabar com esta situação em Portugal em que as pessoas são atropeladas, muitas vezes, nas passadeiras, porque há carros fechados nas passadeiras, ou por situações de excesso de velocidade", assinalou.
Comentários