A partir das 18 horas locais, o Irma avançou para noroeste de Cuba e afastou-se da ilha, localizando-se o seu centro - ou olho como é designado - a cerca de 100 quilómetros a nordeste da estância balnear de Varadero, e 190 quilómetros a sudeste de Key West, na ponta da Florida, segundo o Centro Nacional de Furacões (NHC). O centro do Irma deve chegar a meio do estreito da Flórida por volta das 04h00 GMT  e a costa deste estado sentirá sua força a partir das 10h00 GMT, segundo o meteorologista cubano José Rubiera.

Até à tarde de domingo, Havana e as províncias vizinhas de Mayabeque e Artemisa, no leste de Cuba, deverão sentir os efeitos do furacão, incluindo ondas de até oito metros. A Proteção Civil mantém o estado de alarme nas três províncias, o nível máximo de alerta em Cuba.

Mais de um milhão de pessoas deixaram as suas casas nas zonas vulneráveis do país. Após tocar terra em Cuba como um fenómeno de categoria 5, a maior na escala que mede a intensidade de um furacão, o Irma foi reclassificado para a categoria 3, com ventos de até 205 quilómetros/hora. "Mas deve ganhar força no caminho até o sul da Florida", alertou o NHC.

As ilhas conhecidas como Keys, no extremo da Florida, são particularmente vulneráveis ao aumento do nível do mar. "Será extremamente difícil sobreviver se se estiver nas Keys", advertiu o governador da Flórida, Rick Scott.

Os serviços de emergência calcularam que 6,3 milhões de habitantes, o equivalente a mais de 25% da população da Flórida, receberam ordem para abandonar suas casas, mas, para os retardatários, as autoridades criaram neste sábado um refúgio simples, sem serviço, comida ou cama. "REFÚGIO DE ÚLTIMO RECURSO", publicou no Twitter a polícia local.

"O pior cenário"

"O nosso estado nunca passou por nada desta magnitude", disse Scott, antes de pedir à população que abandonasse a região. "A ameaça de grandes inundações provocadas pelas tempestades nas costas leste e oeste da Flórida aumentou", avisou o governador. "Você pode proteger a sua casa (...) Não vai sobreviver ao aumento do nível da água. Se recebeu a ordem de evacuação, deve sair agora", completou.

Miami Beach, com quase 100.000 habitantes,  parecia uma "cidade fantasma" neste sábado, nas palavras do presidente da câmara da cidade, Phil Levine, que chamou ao Irma "furacão nuclear". "O vento está a aumentar (...) Miami é propensa às inundações, quando um furacão empurra a água é muito preocupante", disse.

Apesar da ameaça no leste do estado, a região oeste da península da Flórida é a que se encontra na trajetória direta do furacão, segundo o NHC. "Este é o pior cenário para a nossa cidade e para a nossa região", afirmou o autarca de Fort Myers, cidade da costa oeste, ao mesmo tempo que tentava tranquilizar a população: "Estamos preparados".

Mais de 54.000 moradores já encontraram refúgio em 320 abrigos criados ao longo da Flórida, afirmou o governador Scott, que fez um apelo de mobilização."Precisamos de mil enfermeiras voluntárias para ajudar nos abrigos".

O Irma atingiu Cuba depois de já ter provocado a morte de 25 pessoas na sua passagem por outras ilhas das Caraíbas: 10 na parte francesa e dois na área holandesa de Saint Martin, quatro nas Ilhas Virgens americanas, seis nas Ilhas Virgens britânicas e no arquipélago de Anguilla, dois em Porto Rico e um em Barbuda.

Em Cuba, o furacão afetou "gravemente" as províncias centrais de Camagüey e Ciego de Ávila, especialmente as ilhas turísticas próximas ao litoral. Os danos materiais foram elevados, mas não há registo oficial de mortos ou feridos. Com rajadas de até 256 quilómetros/hora no momento do impacto, Irma foi o furacão mais poderoso cujo olho afetou diretamente a ilha desde 1932. Ondas de até sete metros foram registadas na costa norte pelo instituto meteorológico cubano, Insmet, e a província de Havana esteve também em alerta, segundo o Centro Nacional de Furacões (NHC) dos Estados Unidos.

Nas devastadas ilhas de Saint Martin e Saint Barth, as equipas de emergência trabalhavam contra o tempo para ajudar os traumatizados habitantes antes da chegada de outro poderoso furacão, de categoria 4, José, que deve atingir a região nas próximas horas.

Um terceiro furacão atingiu o oeste do Golfo do México.  Katia tocou terra na sexta-feira à noite no estado mexicano de Veracruz, mas foi revisto como tempestade tropical, um pequeno alívio para o país, que sofreu um terramoto de 8,2 graus na quinta-feira à noite, que deixou 61 mortos.

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