“Estamos num momento de grande incerteza. A recuperação, que tanto esperamos, uma recuperação sólida, ainda é um pouco difícil de alcançar”, assinalou a diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, citada pela agência EFE.

A reestruturação da dívida e o impacto das subidas das taxas de juro para conter a inflação são alguns dos temas que vão estar em cima da mesa nas reuniões de primavera.

Estes encontros também são “uma oportunidade não só para falarmos sobre as prioridades imediatas de restaurar a estabilidade de preços e salvaguardar a estabilidade financeira”, mas também sobre as perspetivas de crescimento de longo prazo para os países com baixos rendimentos.

O presidente do Banco Mundial, David Malpass, anunciou hoje que a instituição vai subir em três décimas a perspetiva de crescimento mundial para 2%, após o fim dos bloqueios na China devido à pandemia.

“É uma revisão em alta, em parte, devido às melhores perspetivas na China, após os bloqueios serem levantados”, adiantou Malpass, em conferência de imprensa.

No entanto, Georgieva assinalou que o crescimento global deverá ficar em torno dos 3% nos próximos cinco anos, o que defendeu não permitir atender às aspirações das pessoas.

Este contexto traz assim desafios, como o crescimento “divergente”, o que significa que os mercados emergentes, como a China e a Índia, “estão a melhorar”, enquanto nos mercados fronteiriços dos países mais pobres, “o futuro não é tão brilhante”.

Por outro lado, as tensões comerciais entre a China e os EUA, bem como a guerra na Ucrânia estão a agravar a fragmentação geopolítica, acrescentou.

Outro dos principais desafios, conforme apontou Malpass, é o novo paradigma financeiro derivado do fim das taxas de juro do tipo 0 e dos efeitos colaterais de falências como a do Silicon Valley Bank.

A diretora-geral do FMI, por seu turno, quis deixar ainda um “elemento positivo”, afirmando: Apesar de serem tempos difíceis, “se olharmos para trás, o que conseguimos nos últimos três anos é muito positivo”.

Estas vão ser as últimas reuniões de Malpass à frente do Banco Mundial, depois de, recentemente, ter anunciado que vai abandonar o cargo no final de junho.