Na conferência de imprensa realizada após o Conselho de Ministros, o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, adiantou que em cerca de metade do concelho de Pedrógão Grande foram identificadas “duas dezenas de habitações permanentes profundamente afetadas em que as pessoas não podiam residir”, além de terem sido afetadas “muitas mais habitações não permanentes”, anexos agrícolas e outro tipo de explorações.

Pedro Marques disse também que foram afetadas, pelo menos, uma centena de postos de trabalho de três grandes unidades agroindustriais existentes nos concelhos de Pedrogão Grande, Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos.

O ministro explicou que está a ser feito no terreno um levantamento das necessidades.

“Estamos a identificar as medidas, quer do ponto de vista da salvaguarda dos postos de trabalho, quer das medidas de apoio ao reinvestimento das empresas para que possam voltar a operar com normalidade”, afirmou.

Pedro Marques sublinhou que a prioridade está a ser a identificação das situações mais emergentes ao nível das habitações e dos postos de trabalho, bem como das questões agrícolas.

No final do conselho de ministros, o primeiro-ministro, António Costa, anunciou que todos os mecanismos de apoio estão ativados e disponíveis nos concelhos de Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera, os mais afetados pelos incêndios dos últimos dias.

“Todos os mecanismos de apoio do Ministério do Trabalho, da Solidariedade e Segurança Social (MTSSS), do Ministério do Planeamento, do Ministério da Agricultura e ainda o Fundo de Emergência Municipal estão ativados e disponíveis”, disse António Costa.

O incêndio que deflagrou no sábado à tarde em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, e que foi dado como dominado na tarde de quarta-feira, provocou pelo menos 64 mortos e mais de 200 feridos.

O fogo começou em Escalos Fundeiros, e alastrou depois a Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera, no distrito de Leiria.

Desde então, as chamas chegaram aos distritos de Castelo Branco, através do concelho da Sertã, e de Coimbra, pela Pampilhosa da Serra.

Este incêndio já consumiu cerca de 30 mil hectares de floresta, de acordo com dados do Sistema Europeu de Informação de Incêndios Florestais.