Silves é um dos três concelhos do distrito de Faro afetados pelo fogo rural, além de Monchique e Portimão. No fim de semana as chamas chegaram a Odemira, no distrito de Beja, mas já foram apagadas no concelho alentejano.

A autarca Rosa Palma afirmou que até agora foi possível salvaguardar as casas ameaçadas, retirar as pessoas das zonas de risco e levar aquelas que aceitaram para uma escola na sede de concelho que está a servir de centro de acolhimento aos deslocados.

“Temos aqui na freguesia de Silves o incêndio ativo, temos estado a controlar com a ajuda de meios aéreos e terrestres que foram enviados para cá. Temos entrado em contacto com as populações mais afetadas para entrar colocá-las em locais mais seguros enquanto estamos a tentar então regularizar a situação onde estão as suas habitações”, explicou Rosa Palma, sem precisar o número exato de pessoas que já foram deslocadas de casa.

A situação causa “preocupação” devido às “condições [meteorológicas] adversas”, nomeadamente os ventos, que “têm feito com que locais que pareciam controlados possam reacender”, lamentou.

“Com o vento, temos tido algumas situações que alteram o cenário de combate. É um cenário complicado mesmo, mas julgo que estamos a conduzi-lo e esperamos que a resolução seja uma realidade”, acrescentou a presidente da Câmara de Silves, manifestando o desejo de que “o vento acalme” e se registe mais humidade.

Questionada sobre as áreas mais afetada pelo fogo, Rosa Palma respondeu que “a que trouxe mais preocupações foi a zona do Falacho”, onde o fogo “esteve muito perto das habitações”.

“Foi muito complexo ali, mas tivemos a compreensão das pessoas e elas foram levadas para um local mais seguro. Agora foram novamente levadas às suas casas só para se certificarem que conseguimos salvaguardar os seus bens”, frisou.

A população que teve de deixar as suas casas foi encaminhada para a escola Garcia Domingues, em Silves, onde a autarquia está a disponibilizar apoio com equipas da Ação Social da Câmara e psicólogos”.

Outra das zonas mais afetadas, segundo Rosa Palma, foi uma área próxima do Centro Cinegético da Câmara de Silves, na zona de Zebro de Obra, e “Falacho de Cima também foi uma zona muito fustigada”.

“O vento faz uma linha incessante de reacendimentos, o que se torna complicado”, reiterou a autarca, sublinhando que as equipas de combate e de apoio às populações “têm sido incansáveis” no trabalho realizado.

Rosa Palma destacou ainda todas as ações em termos de prevenção e de levantamento do edificado e dos residentes realizadas no município como um fator que tem facilitado a atuação das autoridades.

“Como temos faixas de combustível feitas, como temos silvicultura, como temos todo o reconhecimento da área do nosso concelho, que é bastante vasto, isso facilita muito o trabalho de qualquer equipa que chegue aqui até nós”, considerou.

A autarca salientou ainda que a Câmara tem “o levantamento feito de todas as casas do concelho”, sabe “as pessoas que têm dificuldades de mobilidade, as casas que estão habitadas, as pessoas que estão acamadas”, e isso “facilita bastante o trabalho quer da proteção Civil, quer da própria GNR” na hora de prestar apoio às populações no transporte para locais seguros.