“Perde-se a proximidade dos órgãos autárquicos com as pessoas”, explicou à Lusa Augusto Barbosa, do Movimento Cívico Pensar Fânzeres, durante a cerimónia de inauguração, junto à designada rotunda do Metro, do primeiro cartaz de divulgação da petição "Reposição da Freguesia de Fânzeres".
O responsável esclareceu que Fânzeres “sempre esteve contra a agregação com a freguesia de São Pedro da Cova”, em 2013, pelo que agora quer “dar continuidade à luta num quadro político diferente”.
“Fomos trucidados [em 2013], mas não fomos vencidos”, alertou Augusto Barbosa, observando que tinha “alguma esperança de que, com o PS no governo”, o processo de separação de freguesias avançasse “mais depressa.
"Fânzeres e São Pedro da Cova não se completam. Estamos a falar de realidades culturais muito diferentes e eles pensam da mesma maneira"
“A nossa luta é como sempre a favor da freguesia e sem atacar ninguém. Fânzeres e São Pedro da Cova não se completam. Estamos a falar de realidades culturais muito diferentes e eles pensam da mesma maneira. O que queremos é que tudo volte à forma original”, explicou.
Para além das diferenças culturais, Barbosa chama a atenção para o facto de se terem mantido “praticamente os mesmos órgãos autárquicos para uma freguesia que, na realidade, são duas”.
“Os órgãos autárquicos tem de se dispersar muito mais e não salvaguardam o direitos das populações. Perde-se a proximidade. Não podemos aceitar”, disse.
A petição “Reposição da freguesia de Fânzeres” esclarece que o território tem uma “população tendencialmente jovem, de aproximadamente 25 mil habitantes e 19.514 eleitores, numa área de 8,2 quilómetros quadrados”.
“Com a reorganização administrativa, a freguesia de Fânzeres agregou a de São Pedro da Cova, reunindo assim numa única União de Freguesias cerca de 41.500 cidadãos”, descreve.
A petição alerta que a agregação “sob a gestão de um único executivo corresponde a um real e efetivo afastamento entre autarcas e fregueses e não veio a traduzir-se em ganhos de eficiência e de escala, nem resultou na melhoria de serviços públicos”.
O documento defende que Fânzeres “reúne todos os requisitos para voltar a ser freguesia autónoma”, antes das próximas eleições autárquicas de 2021.
Os subscritores defendem ainda que o Governo e a Assembleia da República “legislem e regulamentem a reversão das agregações, de modo a corrigir injustiças e erros”.
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