O número de militares nas Forças Armadas voltou a cair em 2021, indica a edição desta terça-feira do ‘Diário de Notícias’. Segundo o jornal, os dados provisórios revelam que no ano passado havia 23.347 militares, menos 401 que no ano anterior — 2020 tinha sido, aliás, o primeiro ano com uma inversão da queda que já se verificava nos últimos anos.
A evolução do número de militares ao serviço dos três ramos das Forças Armadas mostra uma redução de 8% do efetivo desde 2016, com destaque para os praças, que diminuíram 20% e os sargentos que caíram 1,1%. Em sentido oposto, os oficiais aumentaram 9%, sendo agora mais 515.
Contas feitas, cada oficial não chega a ter dois praças para comandar: há 5.653 oficiais para 9.820 praças. Somando os 7.874 sargentos aos oficiais, o número de superiores (13.527) é muito maior que o de praças, mostram os números revelados pelo ‘DN’.
Porém, questionado pelo jornal, o gabinete do ministro da Defesa não só alerta que “até à data, não estão disponíveis dados consolidados sobre os efetivos das Forças Armadas em 2021”, como “os dados provisórios permitem prever que se manteve, em 2021, a tendência de crescimento do número de efetivos, à semelhança do que já tinha acontecido em 2020.”
Ainda assim, para Carlos Chaves, ex-assessor de Passos Coelho para a Defesa e Segurança e agora secretário-geral do Movimento de Militares pela Verdade, “não deve haver nenhumas Forças Armadas do mundo com o nível de enquadramento aproximado do português.”
Ao ‘Diário de Notícias’, o major-general afirma que “o nível de enquadramento de umas Forças Armadas é de um oficial para trinta praças e de um sargento para cada dez militares. Tudo o que for menos do que isso é um enorme desperdício.”
Recuando a 2012, o Exército (24%) foi o ramo que mais militares perdeu; segue-se a Marinha (13%); e a Força Aérea (13%).
Em 2019, o governo apresentou um “Plano de Ação para a Profissionalização do Serviço Militar”, com o objetivo de inverter a tendência de queda no efetivo militar — todavia, muitas 34 das medidas, pensadas para “recrutar, reter e reinserir” jovens militares, continuam por executar, revela o ‘Diário de Notícias’.
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