O incidente aconteceu pouco antes de 8:00 (hora local) numa zona residencial da cidade de Sanhe, na província de Hebei, a menos de 50 quilómetros do centro da capital chinesa, segundo o canal público CCTV.

De acordo com a emissora, a explosão, aparentemente causada por uma fuga de gás num restaurante especializado em frango frito, ocorreu num "antigo bairro residencial".

A agência oficial Xinhua indicou que pelo menos sete pessoas morreram e 27 ficaram feridas. O balanço anterior era de dois mortos e 26 feridos.

"Ouvi um grande estrondo [...] que me deu um susto mortal", disse um vendedor do mercado local à AFP. "Do lado de fora, vi nuvens de fumo preto", acrescentou.

Uma equipa da AFP observou a polícia a desviar o trânsito na entrada do bairro em que ocorreu a explosão. A centenas de metros do edifício afetado, também foram vistos uma coluna de fumo cinzento e um guindaste próximo.

Um vídeo do incidente publicado pela imprensa estatal mostrou uma enorme explosão, que produziu uma bola de fogo e uma nuvem de fumo perto de uma avenida muito movimentada. Outro vídeo mostrou o que parecia ser um prédio completamente destruído após a explosão e vários carros danificados.

Um cordão policial impediu os jornalistas de se aproximar do local da explosão. Alguns chegaram a ser agredidos enquanto tentavam chegar perto da área.

A AFP teve negado o acesso ao hospital Jiangdong Zhongmei, para onde foram levadas as vítimas. Como reação aos incidentes, a Associação de Jornalistas da China emitiu uma declaração nesta quarta, intitulada "As entrevistas apropriadas são um direito dos jornalistas", uma rara demonstração pública de apoio.

A explosão destruiu as fachadas das lojas do lado oposto do edifício afetado, segundo imagens publicadas na plataforma de vídeos Douyin. A responsável pela gravação disse à AFP que a explosão aconteceu a 200 metros de sua casa.

As equipas de resgate seguiram rapidamente para o local. Os bombeiros mobilizaram 36 veículos e 154 funcionários do serviço de emergência.

"O fogo foi controlado e estamos a executar com urgência os trabalhos de resgate", anunciou o corpo de bombeiros.

Explosões, incêndios e outros acidentes fatais são frequentes na China devido aos baixos padrões de segurança e a sua aplicação laxista.

A repetição dos acidentes nos últimos meses, muitas vezes causados pela negligência das autoridades, levou o presidente Xi Jinping a exigir uma "reflexão profunda" e mais esforços "para reduzir a frequência dos acidentes de segurança".

Em janeiro, dezenas de pessoas morreram num incêndio numa loja na cidade de Xinyu, região central do país. A agência estatal de notícias Xinhua afirmou que as chamas foram provocadas pelo uso "ilegal" de fogo por parte dos funcionários no depósito do estabelecimento.

Há poucos dias, um incêndio na província central de Hanan matou 13 estudantes que dormiam num dormitório. Já em novembro do ano passado, 26 pessoas morreram e dezenas foram hospitalizadas após um incêndio nos escritórios de uma empresa de carvão na província de Shanxi, na região norte do país.