Em declarações à agência Lusa, o dirigente do BE Fabian Figueiredo detalhou o programa e os objetivos do Fórum Socialismo deste ano, que decorre na Escola Secundária Avelar Brotero, em Coimbra, entre 26 e 28 de agosto.

Em termos políticos, o ponto de principal destaque do programa é habitualmente o discurso de encerramento da coordenadora do BE, Catarina Martins, já que o Fórum Socialismo é a rentrée do partido.

A pandemia de covid-19 trocou as voltas ao Fórum Socialismo nos últimos dois anos: em 2020 o partido cancelou a iniciativa e substituiu-a por quatro sessões descentralizadas e em 2021 realizou-se em duas cidades distintas para se adaptar à situação pandémica.

“O Bloco de Esquerda regressa ao modelo habitual do Fórum Socialismo, que é uma coisa que fazemos com muita alegria por entendermos que estão todas as condições reunidas para que assim seja”, disse Fabian Figueiredo, sublinhando ainda o regresso a Coimbra, onde este encontro não acontece desde 2011.

Ao longo dos três dias – o arranque da iniciativa é na noite de 26 de agosto com a sessão internacionalista "A Europa dos Povos" – estão previstos cerca de 50 debates “em torno dos mais diversos assuntos da atualidade nacional e internacional” e também temas que, mesmo fora da agenda mediática, o partido considera ser importante discutir.

De acordo com Fabian Figueiredo, mantém-se também a tradição de convidar muitas pessoas externas ao BE para os diferentes painéis, entre “ativistas, académicos ou mesmo dirigentes e militantes de outros partidos”.

“Um dos debates que suscita muito interesse é um debate para o qual convidamos o embaixador Francisco Seixas da Costa que nos ajudará a pensar, a debater a guerra da Ucrânia, como lhe pôr fim, como construir um caminho para a paz que garanta a soberania e autodeterminação da Ucrânia e do seu povo”, destacou.

Também o secretário-geral da JS e deputado do PS, Miguel Costa Matos, vai estar presente no Fórum Socialismo “para debater os caminhos para a legalização da canábis para uso pessoal”, tema em relação ao qual o BE já apresentou um projeto de lei e quer “um debate amplo”, com a “expectativa que haja uma maioria nesta legislatura que caminhe para uma lei segura”.

“Quem consulta o programa perceberá também que as alterações climáticas, a catástrofe climática ocupa muitos debates com académicos, ativistas a ajudar a pensar como responder às alterações climáticas, mas também chamar à atenção para a necessidade de tomar medidas concretas e já”, acrescentou.

Um dos temas que tem marcado as intervenções políticas do partido liderado por Catarina Martins nos últimos meses é a resposta à crise da inflação, que também será alvo de discussão neste fórum.

“Mais importante do que o BE gostava que o PS fizesse, é o que o país espera que um Governo faça para proteger as suas gentes de mais uma crise. Tivemos a crise financeira da troika, tivemos a crise pandémica e agora a crise da inflação. As pessoas estão cansadas de viver de crise em crise e esperam que o Governo se imponha e as defenda”, pediu.

O Serviço Nacional de Saúde, a educação, as questões laborais, as criptomoedas, a descentralização ou a cultura são outros dos temas que estarão em debate em Coimbra.