Escreve o Le Figaro que a morte foi confirmada pela ministra da Saúde, Agnès Buzyn, este sábado, 15 de fevereiro.
Esta morte é “a primeira fora da Ásia e a primeira na Europa”, sublinhou a ministra durante uma conferência de imprensa.
Trata-se de um turista chinês, de 80 anos.
O homem, originário da província de Hubei - a mais afetadoa na China -, chegou a França em 16 de janeiro e foi internado no Hospital Bichat, na capital francesa, em 25 de janeiro, juntamente com a filha.
As duas pessoas foram submetidas a "medidas rigorosas de isolamento", disse a ministra.
A saúde da filha do paciente que agora faleceu "não inspira maiores preocupações", devendo sair do hospital em breve.
Até agora apenas três mortes tinham sido registadas fora da China continental, sendo elas no Japão, Hong Kong e Filipinas.
No total, França já registou 11 casos de infeção por coronavírus.
A China anunciou hoje a morte de 143 pessoas nas últimas 24 horas no país devido ao coronavirus Codiv-19, elevando para 1.523 o número de vítimas mortais da epidemia na China continental.
De acordo com a Comissão Nacional de Saúde, o número de infetados no interior da China (que exclui Macau e Hong Kong) cresceu 2.641, para 66.492.
No mesmo período em análise, 1.373 pessoas receberam alta hospitalar.
A prevenção e o controlo do surto do novo coranavírus encontram-se, neste momento, na fase mais crucial, especialmente na província chinesa de Hubei, epicentro da epidemia, de acordo com a Comissão Nacional de Saúde da China.
Em Portugal, na sexta-feira, 14 de fevereiro, a Direção-Geral da Saúde (DGS) anunciou que as análises laboratoriais aos cidadãos repatriados, que estão em isolamento no Hospital Pulido Valente, tiveram resultados negativos.
Os 20 cidadãos repatriados vieram da China e chegaram a Lisboa em 02 de fevereiro.
No mesmo dia, a DGS informou que o sétimo caso suspeito de infeção por novo Coronavírus (2019-nCoV) em Portugal, que foi encaminhado para o Hospital Dona Estefânia, "resultou negativo após realização de análises laboratoriais pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), com duas amostras biológicas negativas". No total, Portugal registou sete casos suspeitos até ao momento, todos negativos.
Estas são as principais recomendações das autoridades de saúde à população
O surto do novo coronavírus detetado na China tem levado as autoridades de saúde a fazer recomendações genéricas à população para reduzir o risco de exposição e de transmissão da doença. Eis algumas das principais recomendações à população pela Organização Mundial da Saúde e pela Direção-geral da Saúde portuguesa:
- Lavagem frequente das mãos com detergente, sabão ou soluções à base de álcool;
- Ao tossir ou espirrar, fazê-lo não para as mãos, mas para o cotovelo ou para um lenço descartável que deve ser deitado fora de imediato;
- Evitar contacto próximo com quem tem febre ou tosse;
- Evitar contacto direito com animais vivos em mercados de áreas afetadas por surtos;
- Deve ser evitado o consumo de produtos de animais crus, sobretudo carne e ovos;
- Em Portugal, caso apresente sintomas de doença respiratória e tenha viajado de uma área afetada pelo novo coronavírus, as autoridades aconselham a que contacte a Saúde 24 (808 24 24 24). Caso se dirija a uma unidade de saúde deve informar de imediato o segurança ou o administrativo.
Combater a desinformação
A Organização Mundial da Saúde tem tentado também divulgar factos para combater a desinformação e mitos ligados ao novo coronavírus. Eis algumas dessas informações:
- É seguro receber cartas ou encomendas vindas da China, porque as análises feitas demonstram que o coronavírus não sobrevive muito tempo em objetos como envelopes ou pacotes;
- Não há qualquer indicação de que animais de estimação, como cães e gatos, possam ser infetados ou portadores do novo coronavírus. Mas deve lavar-se sempre as mãos após contacto direto com animais domésticos, porque protege contra outro tipo de doenças ou bactérias;
- Não há também prova científica de que o consumo de alho ajude a proteger contra o novo coronavírus;
- Usar e colocar óleo de sésamo não mata o novo coronavírus;
- As atuais vacinas disponíveis no mercado contra a pneumonia não previnem contra o coronavírus 2019-nCoV. Este novo vírus precisa de uma nova vacina que ainda não foi desenvolvida;
- Os antibióticos não servem para proteger ou tratar as infeções provocadas pelo coronavírus. Os antibióticos são usados para infeções bacterianas e não virais. Contudo, os doentes hospitalizados infetados com coronavírus poderão ter de receber antibióticos porque pode estar presente também uma infeção bacteriana;
- Pessoas de todas as idades podem ser afetadas pelo coronavírus. Contudo, pessoas mais velhas ou com doenças crónicas (como asma ou diabetes) parecem ser mais vulneráveis a ter doença grave quando infetadas.
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