“Este trabalho acelerou-se nos últimos dias, permitindo confirmar ou obter mais de 80 licenças, desde a semana passada, para pescadores franceses”, saudou o ministro da Agricultura francês, Annick Girardin, e o secretário de Estado para os Assuntos Europeus, Clément Beaune, em comunicado, citado pela agência France-Presse (AFP).
Ameaçados com “litígio” por Paris na disputa de direitos de pesca pós-Brexit, os britânicos concederam hoje 23 licenças adicionais a pescadores franceses, um número muito abaixo das 104 licenças ainda reivindicadas pela França.
Com as 23 aprovações anunciadas hoje, a França já obteve 1.027 licenças e, portanto, está a reivindicar as restantes 81.
“A França e a União Europeia continuarão a trabalhar juntas para garantir a plena aplicação do acordo de comércio e cooperação”, sublinharam os dois ministros franceses.
O Governo francês e a União Europeia estão a analisar “todos os mecanismos legais possíveis” para reivindicar cada licença ainda em falta, em particular “argumentando com evidências que os britânicos se comprometem a analisar nas próximas semanas”, acrescentaram.
“Uma metodologia clara e compartilhada para as embarcações de substituição também é essencial”, observaram.
Ao abrigo do acordo comercial pós-Brexit assinado no final de 2020 entre Londres e Bruxelas, os pescadores europeus podem continuar a trabalhar nas águas britânicas, desde que provem que já pescaram nessas águas.
As discussões entre franceses e britânicos duraram mais de onze meses.
Por seu turno, Londres afirmou que com o anúncio de hoje dava por concluído “o período de intensas negociações” dos últimos dias com a Comissão Europeia.
O Governo francês vai reunir-se com profissionais do setor “na próxima semana” para “definir os termos para a continuidade do trabalho”, bem como “esforços para apoiar a profissão”, disseram Girardin e Beaune.
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