O ministro francês da Indústria, Marc Ferracci, declarou que as negociações comerciais da Europa com Donald Trump “devem assumir uma forma de equilíbrio de poder”, um dia depois de os Estados Unidos terem imposto direitos aduaneiros de 25% sobre os produtos provenientes do Canadá e do México, e 10% adicionais aos já em vigor sobre os produtos chineses.
Numa altura em que Donald Trump ameaçou impor sanções também à União Europeia, “é evidente que temos de reagir”, afirmou Marc Ferracci, quando a Europa ainda aguarda as decisões da administração norte-americana.
“Para ser eficaz, a resposta deve centrar-se nos produtos que são importantes para o seu homólogo e para o país com o qual está a negociar” e tem de “ter um impacto na economia norte-americana, de forma a constituir uma ameaça credível nas negociações”, defendeu Ferracci.
O ministro francês apelou a uma “melhor proteção” da indústria na União Europeia, através da introdução de uma “lei europeia de compra”, que dê preferência aos produtos fabricados na Europa.
“O nosso desafio é mantermo-nos unidos e tirar partido da força que esta união nos dá, ou seja, um mercado comum de que os Estados Unidos não podem prescindir”, acrescentou, numa altura em que os 27 ainda estão divididos entre uma abordagem simplesmente “defensiva” – comprando produtos norte-americanos como gás natural liquefeito ou armas para tentar evitar um conflito comercial com Trump – ou uma abordagem mais “ofensiva” com possíveis medidas de retaliação.
O ministro das Finanças japonês, Kastunobu Kato, afirmou hoje, na Fuji TV, que o Japão está “profundamente preocupado” com as potenciais repercussões na economia global das novas taxas aduaneiras impostas pelos Estados Unidos à China, ao Canadá e ao México.
Kato sublinhou ainda a necessidade de “avaliar cuidadosamente” as possíveis consequências dos anúncios de Donald Trump no mercado cambial, afirmando que o Japão deve tomar “medidas adequadas”.
O bilionário norte-americano justificou as suas medidas com o desejo de punir os países que não controlam a imigração ilegal e são passivos em relação ao tráfico, em solo norte-americano, do opioide fentanil.
Os três países visados prometeram retaliar com as suas próprias medidas, ou já começaram a revelá-las: o Canadá, cujos recursos energéticos serão parcialmente isentos, vai impor tarifas de retaliação de 25% sobre 30 mil milhões de dólares de produtos norte-americanos a partir de terça-feira.
Sem entrar em pormenores, Pequim disse que está a preparar uma resposta para defender os “direitos e interesses” chineses e que irá apresentar uma queixa contra Washington junto da Organização Mundial do Comércio (OMC).
A presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, referiu-se a “medidas tarifárias e não tarifárias para defender os interesses do México”, como retaliação aos EUA.
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