“A partir de 16 de fevereiro, os viajantes da China para a França não são mais obrigados a apresentar o resultado de um teste RT-PCR [de ácido nucleico] (…), bem como a declaração de honra relativa à covid-19”, disse a Embaixada da França em Pequim.
Num comunicado de imprensa, publicado na quinta-feira à noite, a embaixada acrescentou que “também está abolido o rastreio aleatório à chegada”, mas que o uso de máscara cirúrgica a bordo dos aviões continua a ser obrigatório.
As medidas, que abrangiam viajantes com pelo menos 11 anos, foram impostas no início de janeiro, quando a China enfrentou um aumento nos casos de covid-19, após o fim das restrições da política “covid zero”, no início de dezembro.
Tal como França, também outros países, incluindo Reino Unido, Itália e Estados Unidos adotaram esse tipo de medidas, que têm vindo a ser gradualmente suspensas.
Em Portugal, o Governo prorrogou até final de fevereiro as medidas de controlo da covid-19 aplicadas aos voos provenientes da China, que incluem a testagem aleatória de passageiros à chegada e a obrigatoriedade de um teste negativo no embarque.
A decisão francesa surge horas depois de o Presidente francês, Emmanuel Macron, se ter encontrado em Paris com o chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, que esteve no país para dois dias de conversações.
O palácio da Presidência da República Francesa disse na quinta-feira que “o tempo da reaproximação” com a China chegou, para convencer Pequim a “contribuir” para a paz na Ucrânia, depois de um arrefecimento ligado, entre outros, à pandemia do novo coronavírus.
O Eliseu confirmou que “está em preparação” uma visita de Macron à China “no primeiro trimestre”.
“É verdadeiramente o tempo da reaproximação com as autoridades chinesas”, segundo fonte presidencial, apontando que se pretende “dar um impulso” a projetos bilaterais e ao diálogo sobre os desafios mundiais, como a situação na Ucrânia ou a crise climática.
Esta retoma dos contactos bilaterais está ligada ao fim das restrições da política “covid zero” na China, adiantou um conselheiro de Macron. Em novembro, o presidente francês encontrou-se com o homólogo chinês, Xi Jiping, na Indonésia.
As relações entre a China e a União Europeia ficaram tensas em 2021, quando os europeus impuseram sanções por causa da repressão da minoria muçulmana uigur. Paris continua a reconhecer que a situação permanece e garante que a questão dos direitos humanos foi evocada “muito claramente” com Wang Yi.
No plano bilateral, o governo francês quer “reequilibrar” o acesso ao mercado chinês, em particular nos setores aeronáutico e agrícola.
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