O The Guardian considera que o centrista Emmanuel Macron representa "a melhor esperança de um grande país, profundamente perturbado", mas ressalva que "a ameaça da extrema-direita não está extinta".
O Financial Times vê já na segunda volta das presidenciais francesas a "coroação" de Macron, mas prevê que o jovem centrista deverá ser forçado a "negociar duramente" para colocar o seu programa em marcha.
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O jornal conservador alemão Frankfurter Allgemeine mostra-se reservado sobre o apuramento de Emmanuel Macron num artigo intitulado "A França Rasgada": "Mais de 40% dos franceses votaram em candidatos muito à direita ou muito à esquerda. A vitória de Macron é muito estreita".
Para a revista alemã de centro-esquerda Der Spiegel, o sucesso do candidato centrista "é uma bofetada na cara do sistema político. O seu apuramento para a segunda volta abalou, pelo menos provisoriamente, as instituições políticas de longa data, os gaullistas conservadores republicanos e os socialistas no poder, do presidente François Hollande".
Num editorial publicado 'online', o jornal Le Soir considera que os franceses "fizeram a sua revolução, abalando, como fez Trump, os homens políticos tradicionais, tanto de direita como da esquerda, para colocar face a face duas pessoas fora do sistema".
O jornal Le Figaro titula em manchete “La droite K. O.”, sublinhando que a eliminação de François Fillon e de Jean-Luc Mélechon constituem uma “derrota histórica” para a direita francesa.
Já o Le Parisien mostra em toda a primeira página uma foto de Macron a acenar com o título “A sensação Macron”. O jornal destaca ainda, além do “vencedor” (23,9%), a “finalista” Marine Le Pen (21,4%), que disputará a segunda volta, e os “perdedores” Fillon (19,9%) e Mélechon (19,6%).
O Liberation mostra uma foto de Emmanuel Macron na capa, escrevendo “Macron à frente de Le Pen na primeira volta” e “Os apelos para uma barreira contra a FN [Frente Nacional] multiplicam-se”. Por sua vez, o jornal Le Quotidien escreve na capa “Marchar ou morrer”, com uma foto dos dois candidatos que passaram à segunda volta das presidenciais em França, em fundo negro.
O Le Temps, pegando no termo "nova fronteira" usado pelo antigo presidente norte-americano John Fitzgerald Kennedy, espera a vitória de Emmanuel Macron: "Este jovem Presidente com menos de 40 anos pode dar uma nova fronteira à França e melhorar o destino dos franceses". Mas o jornal estima que "a Frente Nacional, são os descendentes da França colaboracionista e da Argélia francesa que se encontram às portas do poder".
A Gazeta Wyborcza saudou igualmente a passagem de Macron à segunda volta: "A União Europeia vai sobreviver ao divórcio com a Grã-Bretanha. Mas o ´Frexit´, a saída da França da União, teria enterrado o projeto europeu. E era o que tinha anunciado Marine Le Pen".
O centrista Emmanuel Macron ultrapassou Le Pen, com 23,24% dos votos contra 22,79%, quando estão apurados 80% dos votos na primeira volta das presidenciais, que se realizou no domingo.
Fillon surge em terceiro lugar, com 19,72% dos sufrágios, seguido de Jean-Luc Mélenchon (esquerda), com 18,97% dos votos.
Macron e Le Pen disputam a presidência na segunda volta, dentro de duas semanas.
O candidato liberal já recebeu o apoio de outros candidatos presidenciais derrotados, e, de acordo com projeções, derrotará a candidata de extrema-direita com mais de 60 por cento dos votos.
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