"O balanço, ainda provisório, foi estabelecido em três mortos, cinco feridos graves e oito feridos ligeiros", indicou a prefeitura em comunicado.

No documento também vem descrito que um Centro de Auxílio às Famílias encontra-se em funcionamento no edifício da Música e da Dança na praça Dauphine para prestar apoio aos parentes das vítimas do atentado e que os serviços de Estado permanecem mobilizados.

Este novo balanço foi apresentado numa fase em que centenas de polícias franceses e alemães mantêm as buscas junto à fronteira entre os dois países em busca do alegado autor do ataque, descrito como Chérif Chekatt, de 29 anos, nascido em Estrasburgo, em 1989. As autoridades elevaram o alerta de segurança para o nível máximo.

A Polícia Nacional francesa (o equivalente à Polícia Judiciária portuguesa) publicou um apelo à colaboração às autoridades com um número de telefone e uma fotografia de Chekatt, que já vinha sendo referenciado pelos serviços de informações franceses desde 2016, depois de ter passado pela prisão entre 2013 e 2015, onde suspeita ter sido radicalizado.

Chekatt é descrito como um homem de estatura média e 1,80 metros de altura, de pele escurecida, com cabelo curto e uma marca na testa. As autoridades identificam-no como um "indivíduo perigoso" com o qual "não se deve interagir".

Mais de 700 polícias fazem buscas dos dois lados do rio Reno, que serve como a fronteira natural entre a França e a Alemanha. A polícia estabeleceu pontos de controlo fronteiriço e está a proceder ao interrogatório a pessoas relacionadas com Chekatt, detidas ontem. Uma busca ao apartamento do suspeito no bairro de Neudorf, revelou uma granada, uma espingarda, quatro facas e munições

Como escreve a Reuters, quando Benjamin Griveaux foi questionado se tinham sido dadas instruções à polícia para capturar Chekatt vivo ou morto, o porta-voz do governo respondeu que "não importa. O melhor cenário possível seria apanhá-lo o mais rápido possível".

De acordo com o procurador que lidera a investigação, o agressor, classificado como "S" (para Segurança de Estado) por radicalização islâmica, disparou, pouco antes das 20:00 (menos uma hora em Lisboa) de terça-feira, em três pontos do centro histórico de Estrasburgo, no perímetro de um mercado de Natal. No confronto com as autoridades, Chekatt terá ficado ferido numa troca de tiros com um soldado antes de abandonar o local.

Segundo o procurador de Paris, várias testemunhas terão ouvido o suspeito gritar "Allah Akbar" (Deus é grande) antes de começar a disparar. "Tendo em conta o local, o modo de operar, o perfil e testemunhos recolhidos junto de pessoas que o ouviram gritar 'Allah Akbar', o departamento antiterrorista do MP de Paris tomou conta da investigação", disse.

Segundo a BBC, a importância de cooperar com as autoridades alemãs não passa só pela proximidade geográfica, já que Chekatt esteve preso também na Alemanha e há relatos de que o presumível autor do atentado terá recebido uma chamada proveniente deste país antes do ataque em Estrasburgo. A investigação do lado alemão prende-se agora em perceber que terá realizado a chamada.

A cidade de Estrasburgo, localizada no nordeste da França, junto à fronteira com a Alemanha, acolhe a sede do Parlamento Europeu, recebendo sessões plenárias uma vez por mês.