“Dada a deterioração da situação de segurança no Afeganistão, a França suspendeu as transferências para este país desde o início de julho. Estamos a acompanhar de perto a evolução da situação, em conjunto com os nossos parceiros europeus”, indicou à agência France-Presse o Ministério do Interior, um dia depois de a Alemanha e os Países Baixos terem feito um anúncio semelhante.
Em 2020, o Afeganistão foi o país de origem do maior número de pedidos de asilo em França, chegando aos 8.886.
Em 11 de julho, o Afeganistão apelou aos países europeus para suspenderem, durante os três meses seguintes, as expulsões dos migrantes afegãos devido à intensificação dos combates no país. A Suécia e a Finlândia suspenderam as deportações para o Afeganistão após o apelo.
Os Países Baixos e a Alemanha que, juntamente com a Áustria, a Bélgica, a Dinamarca e a Grécia, pediram a Bruxelas para continuar com as expulsões, voltaram atrás e anunciaram na quarta-feira que as suspendiam.
Os afegãos representaram no ano passado 10,6% dos requerentes de asilo na União Europeia (um pouco mais de 44.000 em 416.600), o segundo contingente a seguir ao dos sírios (15,2%), segundo a agência estatística da UE Eurostat.
De acordo com um responsável europeu, desde o início de 2021, foram reenviadas da UE para o Afeganistão 1.200 pessoas, 1.000 das quais descritas como “voluntárias”.
Os talibãs lançaram, no início de maio, uma forte ofensiva contra as forças afegãs, após o começo da retirada final das forças internacionais no país, que deve terminar no fim do mês.
Hoje tomaram a 10.ª capital provincial numa semana, a cidade de Ghazni, situada a 150 quilómetros da capital do Afeganistão, Cabul, da qual se aproximam perigosamente depois de terem capturado, em poucos dias, a maior parte da metade norte do país.
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