Esta posição do antigo líder parlamentar do PS consta de uma carta que o próprio enviou a Paulo Carmona, um dos promotores da conferência "Europa e Liberdade" - iniciativa que, entre os próximos dias 10 e 11, deverá juntar várias figuras do centro-direita português, casos da presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, e do líder do partido Aliança, Pedro Santana Lopes.

Tal como Francisco Assis, segundo fonte da anterior direção socialista, também o ex-secretário-geral do PS António José Seguro não aceitou participar nesta conferência, apesar de a sua presença ter sido anunciada pelos organizadores da iniciativa.

Francisco Assis, na sua carta, à qual a agência Lusa teve acesso, afirma que os pressupostos subjacentes ao convite que lhe foi dirigido e que o levaram inicialmente a aceitar o mesmo, "foram drasticamente alterados nos últimos dias dada a natureza de várias notícias vindas a público sobre tal iniciativa e dado o sentido de declarações proferidas pelo próprio presidente do movimento organizador".

O eurodeputado do PS salienta depois que teria "gosto em participar no debate aberto, plural e alheio a qualquer tipo de preocupação político-partidária sobre o importante tema do futuro da Europa" que lhe fora proposto.

"Não posso, como é por demais evidente, participar num encontro que passou a ser publicamente anunciado como uma espécie de "estados gerais" do centro-direita, tendo em vista a afirmação de um projeto alternativo de poder. E não posso por razões tão simples quanto inultrapassáveis. Com efeito, não faço parte do centro-direita português e nunca reneguei a minha condição de homem da esquerda democrática e de militante do PS", alega Francisco Assis.

O ex-líder parlamentar do PS considera mesmo que a sua participação "num evento com as características agora publicitadas só poderia ser entendido como um ato de pura esquizofrenia política".

A conferência promovida pelo MEL, que decorrerá na Culturgest, em Lisboa, entre outras figuras, contará com a presença do antigo presidente do PSD Luís Marques Mendes, do ex-líder parlamentar social-democrata, Luís Montenegro, do anterior presidente do CDS-PP, Paulo Portas, do antigo ministro socialista Luís Amado, bem como de figuras do PSD como Pedro Duarte e Miguel Morgado.