Num discurso diante das autoridades civis da Birmânia na capital administrativa, Naypyidaw, Francisco considerou que o futuro do país passa pela paz, fundada “no respeito por todos os grupos étnicos e pela sua identidade”, numa alusão à minoria muçulmana dos rohingya, que não nomeou.
Antes, a líder do governo birmanês e prémio Nobel da Paz tinha declarado que o objetivo do governo é “destacar e reforçar a beleza da diversidade” da Birmânia “protegendo os direitos, promovendo a tolerância e garantindo a segurança para todos”.
No seu segundo dia de visita à Birmânia, o papa evitou mais uma vez utilizar a palavra rohingya, como foi aconselhado, para evitar um eventual incidente diplomático e religioso.
Nos últimos meses, Francisco lamentou por diversas vezes a situação da minoria muçulmana, que a ONU considera vítima de “limpeza étnica” na Birmânia.
Mais de 620.000 membros da comunidade fugiram para o vizinho Bangladesh desde agosto, após uma ofensiva do exército birmanês em resposta a ataques de rebeldes rohingya.
O Estado birmanês, um país mais de 90% budista, não reconhece esta minoria e impõe múltiplas restrições aos ‘rohingyas’, nomeadamente a liberdade de movimentos.
A crise desencadeou uma vaga de críticas à líder de facto da Birmânia, Aung San Suu Kyi, que foi acusada de ter esquecido os Direitos Humanos e de ter minimizado a situação denunciada pelas vítimas.
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