“Somos inflexíveis, se se pode falar assim, na negociação do aumento dos salários, das pensões e no descongelamento das carreiras”, disse a dirigente sindical numa conferência de imprensa à saída do Ministério das Finanças e após uma delegação da Frente Comum ter entregado a proposta reivindicativa comum a todas as carreiras profissionais e a todos os sindicatos da administração pública para 2017, independentemente das negociações setoriais.
Na quarta-feira, a Cimeira dos Sindicatos da Administração Pública aprovou a proposta reivindicativa, na qual constam algumas reivindicações, como por exemplo, um aumento de 4% dos salários, com um mínimo de 50 euros por trabalhador, de 6,5% para o subsídio de almoço, que neste momento é 4,27 euros, e de 4% de aumento para as pensões.
“É preciso que o ministro das Finanças [Mário Centeno] faça uma contraproposta e respeite o prazo que nós damos, isto é, até ao dia 14 de outubro, porque o Orçamento de Estado para 2017 é entregue a 14 ou a 15 e não faz sentido estarmos a discutir matérias com um orçamento que já está feito”, declarou a dirigente sindical.
A questão prioritária para a Frente Comum “é o aumento dos salários, o descongelamento das progressões remuneratórias, a abertura de concursos e as 35 horas”, salientou Ana Avoila, lembrando que os trabalhadores da administração pública “não podem continuar sem aumentos de salários”.
Além disso, também não se pode dizer que “se gasta muito dinheiro” porque, como explicou Ana Avoila, no primeiro ano em que congelaram as carreiras, “o Governo arrecadou 487 milhões de euros nesse ano” e a Frente Comum propõe agora “um aumento salarial que se fica pelos 593 milhões de euros no total [num ano]”.
"Os trabalhadores da administração pública têm direito a aumentos salariais anuais e à evolução nas carreiras, para compensar o efeito dos cortes e congelamentos que reduziram drasticamente os seus rendimentos nos últimos anos", disse na quarta-feira à agência Lusa a dirigente sindical.
O objetivo da Frente Comum ao entregar a proposta no Ministério das Finanças é dar tempo ao Governo para que este responda às reivindicações antes da apresentação do Orçamento do Estado para 2017.
Além dos aumentos salariais e das pensões e do descongelamento das carreiras, a Frente Comum reivindica a reposição do valor do trabalho extraordinário e do horário de trabalho semanal de 35 horas para "todos os trabalhadores de todos os serviços", disse Ana Avoila.
O fim do pagamento do subsídio de Natal em duodécimos, o desagravamento da carga fiscal e o aumento do Salário Mínimo para os 600 euros são outras das reivindicações da estrutura sindical afeta à CGTP.
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