"Estamos à espera de uma adesão maciça à greve da administração pública", disse o coordenador da Frente Comum, em conferência de imprensa, em Lisboa, acrescentando que serão afetados "serviços centrais da administração pública, as autarquias locais, serviços de saúde, entre outros, porque as reivindicações são justíssimas".
Sebastião Santana prevê ainda uma "adesão forte" no setor da educação, que poderá levar ao encerramento de escolas.
"Os trabalhadores da administração pública andam a perder poder de compra há décadas, o Governo continua sem dar resposta, temos um quadro de empobrecimento geral dos trabalhadores no país", afirmou o líder sindical.
Questionado sobre se a greve de sexta-feira poderá levar ao encerramento de escolas, Sebastião Santana respondeu que há tentativas neste setor de impedir o direito à greve, mas que, "se for cumprida a lei pelas autarquias e pelos diretores das escolas, com certeza que sim".
O líder sindical disse que caso se confirmem as "tentativas de impedimento do exercício legítimo do direito à greve" no setor da educação, a federação sindical "vai agir em conformidade".
Segundo afirmou, os sindicatos da Frente Comum da área da educação, que representam os trabalhadores não docentes, emitiram avisos prévios para a greve do dia 17 e não houve contestação dos serviços mínimos propostos para as escolas, mas "há tentativas de imposição à boleia de outras greves".
"Estamos a falar de avisos prévios que incidem apenas sobre o dia 17, não houve contestação aos serviços mínimos propostos pelos sindicatos da Frente Comum neste setor, portanto não estamos à espera que nenhuma autarquia nem nenhum diretor de escola imponha serviços mínimos para este dia", reforçou Sebastião Santana.
Em 23 de fevereiro, a Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública anunciou uma greve nacional para 17 de março para exigir aumentos imediatos dos salários e a valorização das carreiras e dos serviços públicos, perante "o quadro de empobrecimento" dos trabalhadores.
A greve da Frente Comum ocorre na véspera da manifestação nacional convocada pela CGTP, em Lisboa, para dia 18, por aumentos salariais e contra o aumento do custo de vida, com Sebastião Santana a prever uma forte participação de trabalhadores da administração pública.
(Artigo atualizado às 14h)
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