A notícia foi inicialmente avançada pelo Jornal de Notícias, e confirmada pelo SAPO24.

Numa conferência de imprensa realizada para prestar mais esclarecimentos, o diretor de relações públicas da PSP, o Intendente Alexandre Coimbra, informou que foi aberto "um inquérito interno para apurar as circunstâncias em que ocorreu esta fuga", sendo que a evasão "constitui um crime e foi participado ao Ministério Público", estando o processo a decorrer "em segredo de justiça e há a necessidade de apurar as responsabilidades relativamente a estes factos".

Declarando que não ia prestar mais informações, Alexandre Coimbra admitiu entretanto que a vigia das celas onde estavam detidos os três arguidos era da responsabilidade da PSP, sendo o apuramento de responsabilidades "parte do inquérito que está a decorrer" e que "por isso a PSP determinou a abertura de averiguações".

A PSP tinha pedido a colaboração da população na captura dos indivíduos que fugiram esta quinta-feira do Tribunal de Instrução Criminal do Porto (TIC). De acordo com o JN, terão sido encontrados na zona do Parque de Campismo de Medas após terem sido recebidas informações fornecidas por populares.

Relativamente à participação popular, Alexandre Coimbra agradeceu a "todos os portugueses que nos ligaram e transmitiram dados importantes para o culminar das investigações, revelando um enorme sentido cívico e de cidadania, assumindo a segurança como uma responsabilidade colectiva".

Depois de terem sido detidos pelas 17:30, num parque de campismo em Gondomar, no distrito do Porto, os homens foram levados para a Divisão de Investigação Criminal (DIC) do Porto e, há instantes, encaminhados daí para o estabelecimento prisional. Os detidos tinham em sua posse 40 mil euros em notas de 500 euros, dinheiro "que já dispunham", adiantou Alexandre Coimbra.

Segundo a polícia, "tudo indicia que se estivessem a preparar para abandonar o país".

De acordo com a PSP, esta operação mobilizou "várias dezenas" de agentes da Divisão de Investigação Criminal e da Unidade Especial de Polícia, mas os arguidos "não tinham armamento na sua posse", nem ofereceram resistência.

Os três suspeitos de dezenas de furtos a idosos no Grande Porto fugiram do TIC na quinta-feira à tarde, depois de um juiz de instrução lhes decretar prisão preventiva, medida de coação mais gravosa.

Já quando se evadiram do TIC, os homens "foram ajudados por familiares", indicou Alexandre Coimbra, esclarecendo, contudo, que hoje não houve mais detenções relativas a este caso.

À saída da DIC, a defesa de dois dos arguidos, Cristiana Carvalho, disse aos jornalistas que os arguidos vão agora cumprir a medida de coação que lhes foi aplicada, não tendo de ser novamente presentes a um juiz de Instrução Criminal.

“O que aconteceu foi o cumprimento de um mandado de detenção, mantendo-se a medida de coação de prisão preventiva, tal como foi decretada na quinta-feira”, afirmou.

Cristiana Carvalho adiantou que, após lhes ter sido decretada a prisão preventiva, os arguidos deveriam ter ido do TIC para o estabelecimento prisional, mas como fugiram isso não aconteceu, indo agora cumprir essa medida de coação.

“A medida [de coação] não agrava porque a prisão preventiva já é a mais grave, se houver consequências será mais tarde no julgamento”, frisou.

Questionada sobre se tinha conhecimento da intenção de fuga, Cristiana Carvalho foi perentória em dizer que não, nada fazendo prever essa situação.

“Nada fazia prever a intenção de fuga. Obviamente que não tinha conhecimento dessa intenção”, reiterou.

A advogada contou ainda que “dentro do possível” os arguidos estavam calmos, não tendo tido, contudo, oportunidade de falar com eles num ambiente que não o da detenção.

“Hoje já não consigo falar com eles, agora só segunda-feira”, ressalvou.

Os arguidos são dois irmãos gémeos, de 35 anos, mais um cúmplice, de 25, com antecedentes criminais, que foram presentes ao juiz de instrução depois de terem sido detidos em flagrante delito na terça-feira em Baguim do Monte, concelho de Gondomar.

São-lhes imputados pelo menos 30 assaltos violentos, que terão rendido meio milhão de euros em dinheiro e bens, em residências de idosos na zona mais oriental do Porto e em concelhos periféricos, como Gondomar, Valongo ou Maia.

Os alvos do grupo eram pessoas com idades entre os 65 e os 95 anos.

[Notícia atualizada às 22:30 - Corrige o nome do diretor de relações públicas da PSP para Alexandre Coimbra e inclui declarações do Intendente]

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