O brigadeiro-general Razi Moussavi, um dos principais comandantes da Força Qods, o ramo de operações no estrangeiro e unidade de elite dos Guardas da Revolução, o exército ideológico da República Islâmica, foi morto num ataque com mísseis na segunda-feira, a sul de Damasco.

Teerão acusou Israel, que não negou a alegação.

A morte de Moussavi ocorreu em plena guerra na Faixa de Gaza entre Israel, inimigo declarado de Teerão, e o Hamas, o movimento palestiniano apoiado pela “frente de resistência”, de que o Irão faz parte.

Hoje de manhã, milhares de pessoas reuniram-se no centro de Teerão, na praça Imam Hussein, gritando “morte a Israel” e “morte aos Estados Unidos”.

Alguns exibiam cartazes que mostravam Moussavi numa fotografia ao lado do general Qassem Soleimani, chefe da Força Qods e figura-chave da República Islâmica no Médio Oriente, por sua vez abatido num ataque norte-americano no Iraque no início de 2020.

O líder supremo do Irão, ayatollah Ali Khamenei, reuniu-se hoje com a família de Razi Moussavi, a quem apresentou condolências.

No funeral, o chefe dos Guardas da Revolução, Hossein Salami, considerou Moussavi “um dos mais experientes e eficazes comandantes dos Guardas na frente da resistência”.

Questionado sobre o ataque que matou Moussavi na Síria, Israel disse que “não comenta notícias de meios de comunicação estrangeiros”.

Por seu lado, Damasco escreveu às Nações Unidas e ao seu Conselho de Segurança pedindo-lhes que tomem medidas contra “ações agressivas de Israel” suscetíveis de “inflamar a região”, segundo a agência noticiosa oficial síria Sana.

A Síria denunciou “uma violação flagrante da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas”, acrescentou a Sana.

Israel intensificou os ataques em território sírio desde o início da guerra em Gaza, a 07 de outubro, desencadeada por um ataque sem precedentes do Hamas em solo israelita.

Desde o início da guerra civil na Síria, em 2011, Israel levou a cabo centenas de ataques aéreos contra o país vizinho, visando sobretudo as forças apoiadas por Teerão, afirmando que pretende evitar que o Irão se instale junto às suas portas.

“A nossa resposta ao assassínio de Moussavi será uma combinação de ações diretas e outras levadas a cabo pela frente de resistência”, disse quarta-feira o porta-voz da Guarda Revolucionária, Ramazan Sharif, citado pela agência local Mehr.