Na área do Comando Territorial de Évora da GNR, foi registado, em 2016, “um total de 17 furtos em pedreiras, incluindo as desativadas e abandonadas”, tendo este número de ocorrências baixado para “seis” em 2017, revelou hoje a força de segurança.
A GNR “tem efetuado diversas ações preventivas e de investigação, as quais resultaram numa redução deste fenómeno criminal em cerca de 64% no ano de 2017, comparativamente com o ano anterior”, registando-se, este ano, “uma tendência de estabilização do número de casos”.
Este ano, acrescentou a guarda, sete pessoas foram identificadas pela GNR por suspeitas de furto de metais não preciosos em pedreiras no distrito de Évora, decorrendo ainda os competentes processos criminais.
Os dados foram fornecidos à agência Lusa pela GNR na sequência de um furto de cabos de cobre, ocorrido este mês, numa pedreira da empresa Plácido Simões, no concelho de Borba (Évora), que terá provocado um prejuízo de 120 mil euros.
O proprietário da empresa, Jorge Plácido, revelou à Lusa que, no dia 15, os ladrões “furtaram cabos do elevador” que serve para transportar as máquinas até ao fundo desta pedreira.
“O maior problema nem foi o roubo, mas sim, ao levarem os cabos, terem desprogramado todo o elevador e, sem ele, apesar de a pedreira estar parada há cinco meses, não a podíamos agora meter a trabalhar, se quiséssemos”, lamentou o empresário.
Segundo Jorge Plácido, esta não é a primeira vez que uma das suas pedreiras de mármore é alvo de furto, pois, nos últimos “dois ou três anos”, já lhe roubaram postos de transformação (PT) elétricos “em Vila Viçosa e Santa Eulália”, para venderem, a seguir, os componentes em cobre.
“Nesta zona de Borba, Vila viçosa e Estremoz estes furtos em pedreiras acontecem quase diariamente, há muitas empresas atingidas. O roubo dos PT é que parou um pouco porque os que compramos agora são de alumínio, não de cobre, mas viraram-se para os cabos”, afiançou.
Outro empresário do setor dos mármores na zona de Borba, Luís Sottomayor, confirmou à Lusa que, “nos últimos dois ou três anos”, a sua empresa foi alvo de “vários furtos de cobre”, embora nenhum deles recentemente.
“Desta vez não fui eu, mas já é habitual que me toque a mim, já me roubaram vários PT e cabos”, disse.
Contactado pela Lusa, o vice-presidente executivo da ASSIMAGRA (Associação Portuguesa dos Industriais de Mármores, Granitos e Ramos Afins), Miguel Goulão, admitiu que os furtos de cobre em pedreiras no Alentejo são “uma situação que ocorre há muitos anos”, mas, recentemente, o número de casos “tem vindo a diminuir”.
“Há quatro ou cinco anos, os roubos eram diários. Hoje em dia, são pontuais”, garantiu, frisando que a diminuição se deve às “diversas medidas que foram sendo tomadas pelas empresas”, que apostaram “em sistemas de vigilância e na substituição de materiais, que têm agora menos cobre”.
No esclarecimento enviado hoje à Lusa, a GNR acrescentou que, nos últimos anos, desenvolveu “diversas ações de sensibilização junto dos industriais” do setor relativas à necessidade de adoção de “medidas de segurança passiva e ativa” nas pedreiras.
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