A Polícia de Segurança Pública precisa que o gabinete de psicologia adotou, desde o início da pandemia, em março de 2020, um “procedimento proativo” de contacto telefónico com todos os polícias que estiveram infetados ou em isolamento profilático.

Segundo a PSP, este procedimento permitiu a monitorização periódica do estado psicoemocional dos polícias que entraram em confinamento por terem sido infetados ou por terem tido contactos de risco, com recurso à intervenção psicológica ‘online’ ou através de teleassistência.

Os dados indicam que, até 25 de fevereiro, 4.650 elementos da PSP foram contactados pela divisão de psicologia para este apoio psicossocial, tendo sido muitos dos polícias contactos mais do que uma vez.

A agência Lusa pediu à PSP um balanço sobre o número de polícias infetados, mas tal não foi facultado.

A PSP explica que a divisão de Psicologia desta força de segurança reforçou a capacidade de atendimento da linha telefónica SOS/PSP, dando cumprimento ao plano de contingência de covid-19 desta polícia, além de manter a normal resposta a situações de urgência, incluindo a deslocação de psicólogos em emergência a qualquer ponto do país.

De acordo com a Polícia, a SOS Linha Verde 24 horas Urgência, uma linha de apoio psicológico aos polícias, cujo número é 800 21 23 12, tem em permanência clínicos que asseguram a gestão e as respostas das chamadas, existindo a possibilidade de deslocação imediata em situações de comprovada crise.

Além do apoio momentâneo solicitado a título pessoal ou institucional, os responsáveis por esta linha articulam o encaminhamento de pacientes, quer internamente quer para entidades externas, e providenciam contactos regulares, como está a ser agora o caso durante a pandemia junto dos polícias confinados.

A Polícia de Segurança Pública avança que esta linha de emergência atende, em média, 250 profissionais da PSP por ano.

Os dados enviados à Lusa indicam também que o gabinete de psicologia da PSP atendeu, em média, 25 polícias por dia em 2020, totalizando cerca de 9.200.

Desde 2016, este gabinete disponibiliza cerca de 10.900 consultas anuais, sublinha aquela força de segurança, acrescentando que Lisboa, Porto e Setúbal são os distritos onde são dadas mais consultas, que coincidem com os comandos com o maior número de polícias.

Questionada sobre as alterações mais significativas no tipo de apoio psicológico dado aos polícias devido à covid-19, esta força de segurança respondeu que foram as restrições no acesso ao atendimento presencial, tendo sido disponibilizada a teleassistência e consulta de psicologia clínica em plataforma ‘online’.

A PSP indica que o atendimento ‘online’ passou a ser a regra para as situações em que o profissional da PSP se encontra em situação de isolamento.

A PSP dispõe de psicólogos residentes em 11 dos 18 comandos de Polícia, designadamente Braga, Porto, Viseu, Coimbra, Leiria, Castelo Branco, Portalegre, Lisboa, Setúbal, Beja e Faro.

A Polícia frisa que nos restantes comandos são disponibilizadas consultas clínicas e avaliações psicológicas regulares e, sempre que necessário, de emergência.

Mais de metade do efetivo da PSP reavaliada a nível psicológico nos últimos cinco anos

Mais de metade do efetivo da PSP foi alvo de uma reavaliação psicológica nos últimos cinco com o objetivo de detetar possíveis vulnerabilidades, indicou à agência Lusa aquela força de segurança.

O gabinete de psicologia desta força de segurança está, já há alguns anos, a reavaliar os traços da personalidade dos elementos policiais como forma de prevenir o suicídio.

Segundo a Polícia de Segurança Pública, dois mil polícias foram reavaliados em 2020, ultrapassando os 11.000 os elementos que foram alvo de uma reavaliação psicológica nos últimos cinco anos.

A reavaliação psicológica está prevista no plano de prevenção do suicídio das forças de segurança e tem como objetivo promover boas práticas de saúde mental dos polícias.

A PSP refere ainda que a reavaliação psicológica é acompanhada de ações de formação e sensibilização sobre esta matéria que versam conteúdos de prevenção do suicídio “entre pares e autocuidado”.

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