“É um gabinete operacional de reconstrução e restauração. Temos um número verde, 800 209 923, ao qual as pessoas podem recorrer. Tem [gabinete] as várias valências que têm a ver com a calamidade que sofremos, para que as pessoas possam telefonar para resolver qualquer coisa, como saúde, ação social, reconstrução de casas, comida para animais, entre outras”, explicou Valdemar Alves.
O autarca disse ainda que este gabinete foi criado para não sobrecarregar o trabalho diário no município, além de que este não tinha funcionários suficientes para acudir a todas as solicitações.
“Tive que recrutar pessoas que estavam no desemprego para os telefones. Estão apenas concentrados nesta ação e a encaminhar as pessoas. O número [verde] já está a funcionar”, disse.
O autarca adiantou ainda que o número está disponível para todos os que queiram resolver qualquer situação, sendo que o apoio psicológico vai continuar a ser garantido pelas equipas que estão no terreno.
Questionado sobre o número real de vítimas da tragédia, o autarca sublinhou que esse número é conhecido e é o real.
“Tudo o resto são boatos e não podemos ligar aos boatos. Os boateiros que tenham paciência, que recolham às suas tocas. Falou-se em muita coisa, diz-se tudo e mais alguma coisa”, frisou.
Valdemar Alves está convencido de que a população vai dar a volta a toda esta tragédia: “As coisas estão a andar e agora o que precisamos é que as pessoas venham cá (…)”.
Dois grandes incêndios começaram no dia 17 de junho em Pedrógão Grande e Góis, tendo o primeiro provocado 64 mortos e mais de 200 feridos. Foram extintos uma semana depois.
Estes fogos terão afetado aproximadamente 500 imóveis, 205 dos quais casas de primeira habitação, gerando uma enorme onda de solidariedade a nível nacional.
Nas últimas semanas têm chegado camiões de roupa, que já supriu todas as necessidades, de alimentos, móveis e eletrodomésticos, sendo que as necessidades agora se viram mais para medicamentos, materiais de construção, árvores de fruto e sementes.
Os prejuízos diretos dos incêndios ascendem a 193,3 milhões de euros, estimando-se em 303,5 milhões o investimento em medidas de prevenção e relançamento da economia.
Mais de dois mil operacionais estiveram envolvidos no combate às chamas, que consumiram 53 mil hectares de floresta.
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