"A eventual parceria com a UP é para nós virtuosa porque traz a Gaia um tipo de jovens qualificados, uma movida e conteúdos culturais que vão muito além da lógica de residência", disse o presidente da câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues.
De acordo com o autarca, estão identificados e foram apresentados à reitoria da UP dois terrenos, sendo o da Estrada Nacional 222, a cinco minutos do metro e da Linha Amarela que dá acesso ao polo da Asprela, junto ao Hospital São João, o que conta com o processo mais avançado.
O terreno, localizado diante das instalações da Salvador Caetano, poderá ter mais de 250 acomodações dada a sua capacidade construtiva, indicou Eduardo Vítor Rodrigues, somando os espaços verdes e equipamentos de apoio ao estudo.
"Propusemos estudar um modelo de parceria para a construção de residências universitárias. Pode ser um modelo assumido pelo Município e pago numa lógica de renda pela UP. Ou pode ser um modelo em que cedemos e a UP constrói", descreveu o autarca de Gaia.
Foi também identificado por Gaia um segundo terreno em Canidelo, este com acesso a transportes rodoviários e mais vocacionado ao apoio do polo do Campo Alegre, onde estão faculdades como a de Letras, Arquitetura ou Ciências.
"O reitor manifestou uma aceitação imediata e estamos a montar o projeto. Este tipo de equipamentos tende cada vez mais a não estar no miolo do Porto", disse Eduardo Vítor Rodrigues, valorizando o facto de a UP ser a que mais alunos estrangeiros recebe em todo o país, quer pelo ERASMUS quer pelos protocolos com os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa.
À agência Lusa, fonte da reitoria da UP confirmou "as negociações com Vila Nova de Gaia e com outras da Área Metropolitana do Porto para encontrar soluções partilhadas para o aumento do alojamento".
Na quinta-feira, o reitor da UP disse que "gostaria de poder contar não só com o apoio da Câmara do Porto, mas também do Governo" para resolver o problema da falta de alojamento para os estudantes universitários.
Mas, contactada pela Lusa, a câmara do Porto escusou-se a comentar as declarações do reitor da UP, António Sousa Pereira, que defendeu ser necessário "construir mais quartos, rentabilizar de forma mais eficiente aqueles que já existem e enveredar por outras soluções, provavelmente recorrer ao aluguer de quartos a terceiros para disponibilizar a estudantes".
Estas declarações surgiram na semana em que a Federação Académica do Porto (FAP) disse que um quarto para arrendar no Porto custa "entre 250 e 300 euros por mês", valores "incomportáveis" para a "típica família portuguesa" que gasta em média "700 euros" com um estudante universitário.
A FAP fez um alerta sobre a realidade na UP, apontando que existem 23 mil estudantes deslocados para 1.300 camas de oferta pública no total.
"Mas desse [número] total 100 camas estão inoperacionais e o resto do mercado tem de ser em privados com valores exorbitantes e incomportáveis para a maioria das famílias portuguesas", apontou a estrutura estudantil.
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