“O cenário global está a mudar por causa da revolução do petróleo de xisto nos EUA que está a conduzir ao aumento das exportações de LNG” (gás natural liquefeito, que pode ser transportado em petroleiros), uma situação a que se soma o aparecimento de novas jazidas, como é o caso do norte de Moçambique, afirmou Ernest Moniz, em entrevista à Lusa por ocasião da presença em Lisboa para uma conferência da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED).

“África e Moçambique são um bom exemplo” do crescimento da oferta de gás natural, que “está a crescer mais depressa que o petróleo ou carvão” e tem menos emissões de carbono.

No último ano, “o gás natural cresceu muito mas o maior crescimento foi para alimentar a indústria em vez da eletricidade”, um sinal de que é cada vez mais rentável o uso de grandes quantidades daquele hidrocarboneto.

Esta situação diminui a dependência dos principais mercados em relação aos produtores internacionais, acrescentou Moniz.

“O gás natural está a mudar o jogo” da energia, salientou o físico do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, em inglês).

No caso da Europa, Ernest Moniz salientou a necessidade da “segurança energética” do continente e apontou a excessiva dependência em relação ao gás natural.

No entanto, “a Europa fez um bom trabalho nos últimos anos uma boa rede de infraestruturas de gás natural”, embora falte a ligação da Península Ibérica ao resto do continente, disse.