Em comunicado, a Guarda Nacional Republicana refere que o comando territorial de Faro realiza “uma operação de segurança de grande visibilidade” dirigida aos motociclistas, automobilistas e público que participa na Concentração Internacional de Motos de Faro.

A edição de 2018 da concentração de Faro decorre após a Polícia Judiciária ter detido, na semana passada, 58 elementos do grupo de motociclistas Hells Angels em Portugal (a que se soma um outro na Alemanha), por indícios de tentativa de homicídio, roubo, ofensa à integridade física e associação criminosa.

O tenente Carvalho Afonso, oficial de comunicação e relações públicas do comando territorial da GNR de Faro, disse à agência Lusa que este ano o efetivo da corporação é superior ao dos anos anteriores, existindo um reforço da Unidade de Intervenção, sobretudo dos elementos da ordem pública.

O mesmo responsável adiantou que a segurança dentro do recinto está a cargo de uma empresa de segurança privada, como acontece nos anos anteriores.

No entanto, os militares da GNR vão estar nas imediações do recinto e “se houver necessidade será feita uma intervenção”, afirmou, dando conta que a valência da investigação criminal vai estar a monitorizar e a recolher informações durante todo o evento.

Carvalho Afonso disse também que a GNR está em contacto com as outras forças de segurança portugueses e internacionais para troca de informações.

Fonte da GNR disse à Lusa que este ano existirá, na concentração de Faro, “uma força mais musculada” e “um reforço da troca de informações” com outras polícias, nomeadamente de outros países europeus, devido aos receios de confrontos de grupos motards.

No comunicado, a GNR refere que, durante a concentração, os militares vão estar “particularmente atentos às principais vias de acesso à cidade de Faro, nos acessos ao Vale das Almas (local da concentração junto ao aeroporto de Faro), bem como na Ilha de Faro, através de um patrulhamento permanente dos itinerários, procurando garantir a segurança e fluidez do trânsito”.

Segundo a corporação, estão previstas “algumas restrições” de trânsito nas imediações do recinto do evento, tanto nos acessos ao Vale das Almas (local da concentração junto à Ilha de Faro), como à Praia de Faro, e ainda, nos principais eixos rodoviários de acesso ao Algarve.

Durante a operação, vão estar empenhados militares das valências do territorial, para patrulhar os acessos diretos e zona envolvente do recinto do evento, e do trânsito, para controlo dos fluxos de trânsito e garantir a segurança rodoviária nas principais vias de acesso à cidade de Faro e à zona da concentração (A2, A22, EN125 e EN2).

A GNR adianta que vão estar também envolvidos as valências da intervenção, que vão estar posicionadas junto do recinto da concentração e Ilha de Faro, e investigação criminal, para recolha de informação e prevenção e deteção de ilícitos criminais.

Além do efetivo do comando territorial de Faro, a operação foi reforçada com forças da Unidade de Intervenção, nomeadamente do Grupo de Intervenção de Ordem Pública e do Grupo de Intervenção Cinotécnico, e Unidade Nacional de Trânsito.

O presidente do Motoclube de Faro, organizador da concentração de motos algarvia, disse hoje à Lusa que a segurança dentro do recinto vai “ser precisamente igual ao do ano passado”.

O Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa determinou hoje prisão preventiva para 39 dos 58 arguidos e apresentações periódicas às autoridades para os restantes, que estão proibidos de participar na concentração de Faro.