O secretário regional do Mar, Ciência e Tecnologia, segundo um despacho publicado hoje em Jornal Oficial, declarou que “devido à nova forma de gestão da quota do goraz estabelecida no início do ano, os Açores ainda têm disponível 28% da quota atribuída para 2017".
Gui Menezes considerou que “os pescadores vão poder pescar mais goraz no final do ano, quando esta espécie atinge valores mais elevados no mercado, contribuindo para o aumento dos seus rendimentos”.
O goraz é uma das espécies capturadas nos Açores com maior valor comercial para os pescadores das diferentes ilhas.
Para o responsável pela pasta das Pescas, a gestão “mais racional da quota do goraz, através de uma repartição por ilha e por embarcação, permite que os pescadores possam agora tirar uma maior rentabilização deste recurso”.
Na sequência de um acerto de mais 34 toneladas de quota de goraz não utilizada por Portugal em 2016, os Açores passaram a dispor de 541 toneladas, uma vez que tinham disponíveis para 2017 507 toneladas.
No início do ano, o executivo açoriano fixou uma repartição da quota de goraz, para 2017 e 2018, por ilha, respeitando o historial de cada uma e das respetivas embarcações, visando assegurar uma “repartição justa e equitativa” da quota destinada ao arquipélago.
Após acordo estabelecido entre o Governo dos Açores e os parceiros do setor, a quota fixada para cada uma das ilhas foi repartida pelas embarcações de cada ilha, por forma a adotar medidas mais rigorosas de gestão.
O Governo dos Açores propôs, em setembro, à Comissão Europeia, a revisão para 2018 dos totais admissíveis de captura (TAC) para o goraz e um aumento de 10% do limite de capturas, para as 558 toneladas.
O executivo regional justifica a proposta com “os novos dados científicos disponíveis, que evidenciam a recuperação desta espécie”, nomeadamente os resultados das campanhas anuais de monitorização, que apontam para “um aumento da abundância relativa” do goraz na região, sugerindo que as medidas de gestão implementadas tiveram “consequências positivas” na recuperação deste recurso.
O Governo dos Açores defende ainda, no caso do goraz, um ajustamento do "período de consumo da quota à dinâmica do mercado”, recomendando que se inicie em abril e termine em março do ano seguinte para aumentar o rendimento dos pescadores, considerando que “a gestão das capturas não deve ser feita em função do ano civil”.
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