“Eu tenho que me posicionar quando o juiz decreta a prisão, e foi decretada a prisão daqueles militares que atiraram contra aquela família. E eu desde já manifesto aqui os meus sentimentos pelo erro grosseiro que foi praticado por aqueles militares”, afirmou Wilson Witzel, em declarações ao canal Globo.

A Justiça Militar brasileira determinou na quarta-feira a prisão preventiva a nove dos dez militares suspeitos de terem efetuado os disparos.

Os militares desferiram 80 tiros contra o carro, no qual seguiam cinco pessoas, que estavam a caminho de uma festa de família.

Evaldo Santos Rosa, músico de 51 anos, teve morte imediata, enquanto a mulher, o filho de sete anos, o sogro e uma outra mulher que também estavam no carro foram feridos pelos militares brasileiros.

O governador, que foi convidado pela Globo para fazer um balanço dos seus 100 dias de governo no Rio de Janeiro, negou que tenha ignorado o caso.

“Estão a acusar-me de ter ignorado a morte do músico. Em hipótese alguma. Eu quero dizer que jamais faria algo abominável como isso. Eu só aguardei que a Justiça Militar se manifestasse, e assim ela o fez, decretando a prisão para que eu, como governador, pudesse manifestar-se”, frisou.

Num primeiro momento, os militares foram detidos por terem desrespeitado as normas de abordagem do exército.

Com a decisão conhecida na quarta-feira, nove militares ficam detidos preventivamente por suspeitas de homicídio doloso (quando há intenção de matar) e tentativa de homicídio.

Os militares que dispararam sobre o carro alegaram ter confundido o veículo com um outro que seria dirigido por criminosos.

“Tudo indica que os militares realmente confundiram o carro com um veículo de bandidos. Mas este veículo era de uma família. Não foi encontrada nenhuma arma dentro no carro. Todos os elementos determinaram que se tratava de uma família normal que terminou a ser vítima dos militares”, disse o delegado Leonardo Salgado.