Depois da chanceler alemã, Angela Merkel, ter anunciado que o Estado alemão deixará de suportar os custos dos testes de diagnóstico à doença covid-19 para as pessoas não vacinadas a partir de 11 de outubro, o Ministério da Saúde português admitiu ao Expresso que Portugal pode seguir o mesmo caminho. Mas por razões diferentes.

“Face ao rápido desenvolvimento do processo de vacinação em Portugal, bem como à adesão em massa da população, estima-se que, neste momento, já cerca de 75% da população elegível tenha o esquema vacinal completo”, disse o ministério tutelado por Marta Temido aquele semanário, concluindo que assim, mantendo-se o atual ritmo de vacinação,“muito em breve não haja população que possa considerar-se abrangida por este regime” dos testes financiados.

Os testes rápidos de antigénio são 100% comparticipados pelo Estado desde o dia 1 de julho, existindo, atualmente, 406 farmácias no país a disponibilizar testes gratuitos nos seus estabelecimentos.

A comparticipação está limitada a um máximo de quatro testes por mês por pessoa e não se aplica àqueles que já têm o certificado de vacinação ou o certificado de recuperação. O programa também não abrange testes a menores de 12 anos.

Desde o início da pandemia, em março de 2020, até à passada segunda-feira foram realizados em Portugal 15.862.834 testes, dos quais 12.329.598 foram testes PCR e 3.533.236 testes rápidos de antigénio de uso profissional.

Este ano, foram realizados mais de 63% da totalidade dos testes de diagnóstico desde o início da pandemia, com os meses de abril, maio, junho e julho (até 26 de julho) a concentrarem cerca de 40% do número total de testes.