Falando numa audição regimental na comissão parlamentar de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, em Lisboa, João Galamba destacou os “investimentos na área de recuperação de material circulante e aquisição de novos comboios”, divulgando que “a CP vai reforçar a oferta com 117 novos comboios, garantindo simultaneamente, pelo menos, uma nova fábrica em Portugal”.
Questionado na ocasião sobre esta nova instalação fabril, o ministro da tutela indicou que, “na melhor das hipóteses, haverá uma fábrica, mas pode ser melhor”.
A questão foi feita pelo deputado socialista Hugo Costa, que apontou que a nova fábrica para o setor ferroviário poderá gerar 1.000 postos de trabalho.
Para João Galamba, a ferrovia “é uma maneira de industrializar o país”, defendendo a criação de iniciativas que se “traduzam em investimento”, desde que em articulação com as unidades existentes.
Nesta audição, o ministro das Infraestruturas anunciou ainda que o executivo está a “ultimar um pacote de medidas que iniciará um novo capítulo para os portos nacionais”, que passa por realizar uma reforma legislativa para simplificação das regras, definir linhas estratégias, alterar o limite do prazo das concessões portuárias, promover a valorização profissional e ainda por rever o modelo de governação portuária.
“Tendo em conta que Portugal se prepara para ser um relevante produtor de hidrogénio e os seus derivados – amónia e metanol – e ainda de combustíveis sintéticos como o jet fuel, os portos nacionais podem constituir-se como uma das principais plataformas de ‘bunkering’ [abastecimento] na Europa”, justificou, salientando ser “urgente que o setor incorpore rapidamente respostas e medidas tendo em conta os efeitos e impacto da pandemia e do conflito na Ucrânia, apostando no reforço da industrialização”.
Vincando que “Portugal beneficia de condições naturais e de uma posição geoestratégica única da qual se deve tirar ainda mais partido”, João Galamba adiantou ser “este o caminho a seguir” para “reduzir a dependência externa e aumentar as exportações”.
O atual enquadramento legal do sistema portuário nacional foi criado nos anos 1990 e tem permanecido inalterado.
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