"O Conselho de Ministros aprovou hoje o plano de aquisição de material circulante para a CP-Comboios de Portugal e autoriza a empresa a proceder à respetiva repartição de encargos ao longo de oito anos, no valor total de 168,21 milhões de euros", refere o comunicado hoje divulgado.

Na conferência de imprensa que decorre após a reunião do Governo, o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, - que na quarta-feira já tinha feito este anúncio em Elvas - disse que este "é um marco histórico para a CP" já que é "a primeira vez em cerca de 20 anos que a CP vai ter um plano de aquisição de novo material circulante".

Para o ministro, "é evidente a necessidade de reforçar o material circulante para as linhas regionais", para as quais se destinam estes novos 22 comboios, cujo concurso público será executado entre 2019 e 2026.

"A entrega do material circulante ocorrerá efetivamente entre 2023 e 2026", antecipou Pedro Marques.

Cerca de dois terços deste investimento serão suportados com fundos comunitários e o outro terço com financiamento do Fundo Ambiental, explicou ainda Pedro Marques.

O comunicado do Conselho de Ministros detalha que "a aquisição das unidades mencionadas deverá ser financiada com recurso a fundos europeus estruturais e de investimento, no âmbito do financiamento FEDER e do Fundo de Coesão a vigorar no período de programação 2021-2027", enquanto a comparticipação nacional deverá ser assegurada através do Fundo Ambiental.

Segundo Pedro Marques, "é absolutamente evidente a prioridade às linhas regionais" e, em relação à ausência de compra de material circulante para o longo curso, sublinhou que a atual administração da CP "deixou claro na sua proposta que tinha uma prioridade à qual o Governo deu seguimento" que era o "material circulante para as linhas regionais".

O material de longo curso, segundo o ministro, "é material muito mais moderno", recordando que os "alfas pendulares estão a ser objetos de manutenção".

"Há também a possibilidade de testarmos tecnicamente em Portugal material elétrico que a Renfe tem disponível e que pode ser alugado à CP no longo curso", explicou.

"Uma das situações atuais que temos de enfrentar e nomeadamente até à chegada deste novo material circulante para as linhas regionais é a manutenção. Ele tem, em alguns casos, 50 anos. Até lá temos de o manter", admitiu.

Para fazer face a este problema, garantiu o ministro, será reforçado o aluguer de material circulante a Espanha, tendo já ficado "contratado o aluguer de quatro unidades diesel que começarão a chegar no início do próximo ano a Portugal, mas foi também já autorizada a contratação de 102 trabalhadores para a EMEF", para além da regularização dos precários que já foi feita na empresa.

[Notícia atualizada às 16:41]