Segundo um comunicado divulgado esta tarde pelo Ministério do Ambiente e da Ação Climática, tutelado por Duarte Cordeiro, o financiamento da futura linha Violeta será feito através do Plano de Recuperação e Resiliência (390 milhões), na modalidade de empréstimo e de verbas do Orçamento do Estado (137,3 milhões de euros).

“O investimento engloba a conceção e a construção da infraestrutura ferroviária e o fornecimento de material circulante, bem como o reordenamento urbano envolvente no território dos dois municípios servidos, Loures e Odivelas”, lê-se na nota.

O modelo de financiamento desta linha estava a ser motivo de divergência entre o Governo e as câmaras de Loures e de Odivelas, do distrito de Lisboa, uma vez que a tutela pretendia que os municípios assumissem parte do investimento.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara Municipal de Loures, Ricardo Leão (PS), congratulou-se com esta decisão do Governo, sublinhando que “estão reunidas as condições para a obra avançar”.

“Finalmente temos já fechado todo o financiamento necessário a esta obra que é tão importante para os concelhos de Loures e de Odivelas. Com esta tomada de posição dá-se a garantia que finalmente se possa abrir concurso e se possa iniciar esta obra”, afirmou o autarca.

Nesse sentido, Ricardo Leão, que na quarta-feira, durante uma reunião do executivo, tinha manifestado indisponibilidade para financiar parte da construção da linha Violeta, elogiou o modelo que foi encontrado pela tutela.

“Nunca escondi. Havia aqui uma divergência relativamente ao modelo de financiamento em que eu, assim como o presidente da Câmara de Odivelas, entendíamos que devia haver aqui o mesmo tratamento que houve, por exemplo, para o Metropolitano do Porto. Felizmente que o Governo também seguiu essa mesma linha”, apontou.

Também em declarações à Lusa, o presidente da Câmara Municipal de Odivelas, Hugo Martins (PS), destacou a importância desta obra para a mobilidade no concelho.

“Hoje é um dia muito importante para a expansão do metro. Representa um investimento muito importante na vida das pessoas e na qualidade de vida aqui na zona norte de Lisboa”, sublinhou.

À semelhança do homólogo de Loures, Hugo Martins congratulou-se com o modelo de financiamento escolhido pelo Governo, uma vez que “não onera o orçamento” dos municípios.

“Conseguimos em conjunto, os municípios de Loures e de Odivelas, num esforço partilhado, que não onerasse os orçamentos municipais e que não colocasse maior pressão financeira sobre as contas das autarquias”, apontou.

A linha Violeta será um sistema de metro ligeiro de superfície que contará com um total de 17 estações e cerca de 11,5 quilómetros de extensão.

No concelho de Loures serão construídas nove estações que servirão as freguesias de Loures, Santo António dos Cavaleiros e Frielas, numa extensão de 6,4 quilómetros.

Já no concelho vizinho de Odivelas serão construídas oito estações para servir as freguesias da Póvoa de Santo Adrião e Olival de Basto, Odivelas, Ramada e Caneças, numa extensão total de 5,1 quilómetros.