De acordo com o despacho, a Renault Cacia “propõe-se realizar um projeto de investimento ao abrigo do Sistema de Incentivos à Inovação Empresarial e Empreendedorismo previsto no Regulamento Específico do Domínio da Competitividade e Internacionalização […] que visa o fabrico da nova caixa de velocidades, denominada JT4 e destinada a veículos ecoeficientes, bem como, de um conjunto de novos componentes para as caixas de velocidades denominadas TX26 e TX30” que integram “soluções para redução das emissões de dióxido de carbono”.

O projeto visa a criação de 10 novos postos de trabalho qualificados, podendo ainda “dar lugar à criação de um número superior a 1.250 de postos de trabalho indiretos”, indica o despacho, assinado pelo ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, e pelo secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias.

Quanto ao valor do investimento da Renault Cacia, “ascende a cerca de 47,9 milhões de euros”, aponta o documento, adiantando que, devido a este projeto, a empresa prevê atingir em 2026 um volume de vendas e prestação de serviços de cerca de 3,428 mil milhões de euros e um valor acrescentado bruto de 591,6 milhões de euros, isto tendo em conta valores acumulados desde janeiro de 2015.

Segundo os governantes, a iniciativa em causa “apresenta um significativo grau de novidade e difusão no mercado nacional e internacional por integrar a fabricação de uma caixa de velocidades única no mercado automóvel mundial”, além de ter “um impacto relevante sobre a atividade económica nacional, em particular sobre as PME [pequenas e médias empresas], contribuindo para a criação de valor a montante e a jusante”.

“Prevê-se assim, a montante, o aumento da incorporação nacional, nomeadamente no que respeita às empresas fornecedoras de peças em bruto provenientes de fundições de alumínio e às empresas prestadoras de serviços”, enquanto, a jusante, se estima “o incremento do relacionamento comercial com as empresas de transportes, de serviços especializados e outros”, acrescentam.

O executivo considerou que, “dado o seu impacto macroeconómico, o projeto reúne as condições necessárias à concessão de incentivos financeiros previstos para os grandes projetos de investimento”.

Por isso, celebrou um Contrato de Investimento com a empresa através da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), que o coordenará, documento que tem efeito desde o final de abril, nota o despacho hoje divulgado.

Caldeira Cabral e Eurico Brilhante Dias adiantam que o investimento da Renault Cacia “contribui significativamente para a criação de riqueza e de emprego na região centro”.