“No dia 01 de novembro vamos assinalar os 600 anos da descoberta e colonização do Porto Santo e provavelmente – é quase certo – que terá a presença do presidente da República”, disse o chefe do executivo madeirense, durante a cerimónia de imposição de insígnias a 13 personalidades (quatro a título póstumo) e uma instituição, no âmbito do dia da Região Autónoma da Madeira e das Comunidades Madeirenses.

A cerimónia decorreu na ilha do Porto Santo e Miguel Albuquerque aproveitou para reafirmar que todos os compromissos assumidos pelo governo com esta ilha serão “integralmente cumpridos”.

Albuquerque apelou, por outro lado, para a união dos ilhéus na defesa da autonomia, sobretudo considerando que a Europa está “ameaçada por correntes populistas” e em Portugal surge a “ameaça centralista”.

“Por isso, digo a todos que é tempo de cerrarmos fileiras, como sempre o fizemos, na defesa das nossas instituições autonómicas, o mesmo será dizer na defesa da nossa dignidade política e cívica, dos nossos direitos, liberdades e garantias”, afirmou.

O presidente do governo regional sublinhou, por outro lado, a importância da diáspora madeirense, considerando que os cerca de um milhão de emigrantes (três gerações) espalhados pelo mundo são “exemplo e orgulho” para a região.

Miguel Albuquerque referiu-se em particular à comunidade residente na Venezuela (cerca de 400 mil), que enfrenta grandes dificuldades devido à crise económica e social que assola aquele país.

“O meu governo continuará a apoiar incondicionalmente os nossos conterrâneos, que nos últimos anos têm regressado da Venezuela com situações de carência e dificuldade”, disse, reforçado: “Não esquecemos e nunca esqueceremos o muito que deram à nossa região e reafirmamos, na prática, os apoios concedidos à sua plena cidadania enquanto madeirenses”.

O chefe do executivo desafiou ainda o Estado e o Governo português a contribuírem de “forma efetiva” para o reforço da solidariedade, conforme os compromissos publicamente assumidos.

A cerimónia da imposição das insígnias distinguiu duas personalidades naturais do Porto Santo – José Lino Pestana (Insígnia Autonómica de Valor), a título póstumo, e José Cardina (Insígnia Autonómica de Distinção).

Com Insígnias Autonómicas de Valor foram agraciados Maximiano Sousa, conhecido como Max, artista (a título póstumo), Maria Manuela Aranha da Conceição, escultora e antiga diretora regionais dos Assuntos Culturais, e Maria Inês Rodrigues dos Santos Guerreiro, antiga diretora regional da Segurança Social.

Foram ainda atribuídas seis Insígnias Autonómicas de Distinção: a João António Filipe Pestana, fotógrafo (a título póstumo), Amândio de Sousa, escultor e diretor do Museu das Cruzes, Maria Francisca Teresa Clode, professora, Francis John Zino, médico e ornitólogo, José Cardina de Freitas Melim, etnógrafo e à Orquestra Clássica da Madeira.

O Governo Regional agraciou também quatro individualidades com Insígnias Autonómicas de Bons Serviços: Rui de Sande Mexia Aires de Campos de Barros Mendes, professor em Educação Física (a título póstumo), Jorge Domingos de Jesus, comerciante e contabilista, Maria Martins Gonçalves Góis Ferreira, que se evidenciou nas aéreas social e da saúde, e Maria João Machado de Ornelas Gonçalves Teixeira, médica que se notabilizou no domínio da oncologia.

“Este é o momento de prestarmos homenagem a pessoas e instituições que constituem exemplo para todos nós. Não é possível constituirmos uma sociedade coesa e humanista se esquecermos os valores essenciais da solidariedade, da decência, da responsabilidade, do trabalho e do mérito”, realçou Miguel Albuquerque.