Numa carta, o ministro dos Negócios Estrangeiros do governo de união nacional (GNA) líbio, Taher Siala, pediu ao seu homólogo francês, Jean-Yves Le Drian, que “explique com urgência o mecanismo pelo qual as armas francesas descobertas Gharyan chegaram à posse de Haftar, quando foram entregues e como”, de acordo com um comunicado ministério.
Taher Siala indicou também que quer saber “quantas armas” foram fornecidas ao marechal Khalifa Haftar, “cuja a presença [de mísseis] contradiz as declarações do governo francês […] de apoio ao GNA, como único governo líbio reconhecido internacionalmente”.
Na quarta-feira, o governo de Emmanuel Mácron admitiu que os mísseis descobertos numa base militar do marechal Khalifa Haftar, perto de Tripoli, lhe pertenciam.
Militares leais ao governo líbio encontraram no final de junho três mísseis anti-carro Javelin numa base de Khalifa Haftar que combate as forças governamentais.
Na terça-feira, o New York Times atribuiu à França a propriedade dos três mísseis que acabaram por ficar no poder dos combatentes de Khalifa Haftar.
“Essas armas estavam destinadas à autoproteção de um destacamento francês projetado no terreno e que recolhia informações sobre terrorismo”, acrescentou o ministério francês confirmando desta forma a presença de forças de Paris em território líbio.
Na altura, Paris sublinhava que as “armas estavam fora de prazo” e que se encontravam num depósito "onde deveriam ser destruídas”.
A França garantiu que os mísseis não foram fornecidos ao marechal Haftar mas não explicou de que forma é que acabaram por ficar na posse ao homem forte do leste da Líbia.
“Essas armas estavam na posse das nossas forças (França) para a nossa própria proteção e nunca se pôs a questão sobre a venda ou a transferência das munições, na Líbia”, frisou o ministério.
Anteriormente, a propriedade dos mísseis foi atribuída aos Emiratos Árabes Unidos que desmentiram as informações.
A Líbia encontra-se sob o embargo de armas imposto pelas Nações Unidas.
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