Além das medidas adotadas no âmbito do Plano de Ação Tejo Limpo, João Matos Fernandes avançou que vai ser criada uma plataforma única de gestão do rio Tejo.

Numa audição parlamentar na Comissão de Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação, o ministro do Ambiente e da Transição Energética fez um balanço de um ano após a situação de poluição no rio Tejo, na zona de Abrantes, indicando que foram já retirados 94 mil metros cúbicos de lamas, o que representa 90% da matéria orgânica.

De acordo com o titular da pasta do Ambiente, os trabalhos de remoção de lamas no rio Tejo resultaram em “2.500 toneladas” de matéria orgânica que foram aproveitados para fertilização dos solos, uma vez que “não havia qualquer vestígio de resíduos perigosos”.

“A retirada da carga orgânica contribuiu muito positivamente para que a qualidade da água não se degradasse”, apontou.

Com a aquisição de dois analisadores automáticos que ‘online’ transmitem informação da qualidade da água e com o reforço da capacidade da Inspeção-Geral da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território (IGAMAOT), no último ano foram realizadas 17 mil análises à água do rio Tejo, avançou o governante.

“O risco [de poluição] é hoje muitíssimo menor do que foi há um ano”, assegurou João Matos Fernandes.

Em relação às licenças para a descarga de efluentes, o ministro do Ambiente referiu que foram “revistas todas as licenças”, com base em critérios “mais exigentes”, acrescentando que existem atualmente “43 novas licenças de descarga”.

“Temos que ter, necessariamente, mais olhos no Tejo”, afirmou o governante, destacando a importância de ter informação de “registo da qualidade da água ao longo do rio”.

Em 24 de janeiro de 2018, um manto de espuma branca com cerca de meio metro cobriu o rio Tejo, na zona de Abrantes, num cenário descrito como “dantesco” pelo proTEJO e como “assustador” pelo município. A carga poluente teve origem nas descargas da indústria da pasta de papel, segundo a Agência Portuguesa do Ambiente.